MegaExpresso

Mercado aposta em privatizações para país retomar investimentos – Edição da Manhã

O investimento na economia brasileira, que teve retração de 3,3% no 4º trimestre do ano passado, é visto por analistas entrevistados pelo jornal O Globo como entrave para uma expansão mais robusta da atividade em 2020, acima do patamar de 1% dos últimos três anos.

Uma das saídas apontadas por especialistas para a expansão do mercado doméstico é a priorização da agenda de privatizações e concessões, que prevê a venda, neste ano, da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), Casa da Moeda do Brasil (CMB) e Empresa Gestora de Ativos (Emgea), além da Eletrobras.

Em 2019, a redução da taxa de juros no menor patamar da história, hoje em 4,25%, e o aumento da confiança do empresariado fizeram com que o volume dos investimentos feitos na economia brasileira registrasse o terceiro ano consecutivo de alta. No entanto, ainda segundo análise do jornal, a expansão de 2,2% indica uma desaceleração desse indicador, que tinha crescido 3,9% no ano anterior. Com isso, a economia terá que fazer um esforço maior do que fez no ano passado para avançar nos investimentos.

Cteep promete ser agressiva em leilões

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

O Valor Econômico entrevistou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da elétrica ISA Cteep, Alessandro Gregori, que falou sobre os planos da empresa para os próximos leilões de linhas de transmissão de energia. Segundo ele, a empresa pretende manter a estratégia do último certame, que se mostrou bem sucedida: se concentrar nos empreendimentos que trazem mais sinergias às suas operações e pelos quais pode oferecer lances imbatíveis.

“Vamos focar em alguns lotes, para sermos competitivos”, disse Gregori. Segundo ele, a empresa começou a avaliar os empreendimentos que serão oferecidos no próximo leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), previsto para junho. Também estuda os projetos já divulgados para o certame programado para dezembro, ainda que os lotes não estejam totalmente definidos. A ISA Cteep foi a maior ganhadora do último leilão de transmissão, realizado em dezembro.

Proposta de reforma elétrica pode ajudar privatização da Eletrobras e de hidrelétricas

Uma proposta de reforma do setor elétrico apoiada pelo governo federal pode ajudar a reduzir a percepção de risco por investidores na privatização da Eletrobras, o que aumentaria, potencialmente, o interesse pelo negócio. Esse é o foco de análise publicada pela agência de notícias Reuters, a partir de entrevistas com especialistas e agentes de mercado do setor elétrico.

As mudanças, que têm sido defendidas pelo governo como uma modernização do setor e que foram aprovadas nesta semana na Comissão de Infraestrutura do Senado, preveem alterações regulatórias que também poderiam facilitar a atração de interessados para hidrelétricas que devem ser desestatizadas pelas elétricas estaduais Cemig (MG), Copel (Paraná) e CEEE (RS).

O projeto de lei da reforma, que ainda precisará passar pela Câmara dos Deputados, prevê entre outras medidas que ativos de geração que forem ser privatizados precisarão passar por uma revisão das chamadas “garantias físicas”. As garantias decorrem de um cálculo aproximado de quanto uma usina pode gerar mesmo em cenários críticos. Quando produzem abaixo da garantia, hidrelétricas precisam comprar energia no mercado para cumprir seus compromissos comerciais, o que gera despesas conhecidas no setor como risco hidrológico.

Privatizada, BR Distribuidora mantém nome Petrobras e investe R$ 1 bilhão em marca

O jornal O Estado de S. Paulo informa que a BR Distribuidora, privatizada há oito meses, terá a partir desta semana uma nova identidade. A mudança de visual dos seus 7,7 mil postos deve se estender pelos próximos cinco anos e consumir R$ 1 bilhão em investimentos, cifra que será rateada entre a empresa e seus franqueados.

A transformação começa amanhã (06/03) em cinco capitais das quatro regiões do país e no Distrito Federal – Belém (PA), Brasília (DF), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ). O nome Petrobras será mantido nas testeiras dos postos, instaladas na cobertura da área de abastecimento para identificar a fornecedora dos combustíveis.

Para esta reportagem, o Estado de S. Paulo
entrevistou o presidente da empresa, Rafael Grisolia, que falou sobre os novos planos da companhia. Segundo ele, a distribuidora enxerga perspectivas promissoras na abertura do setor de refino à iniciativa privada. A empresa está disposta a negociar com os futuros compradores das refinarias da Petrobras investimentos em logística e na comercialização de novos produtos.

PANORAMA DA MÍDIA

Os principais jornais do país trazem, em suas edições desta quinta-feira (05/03), reportagens e análises sobre o crescimento de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2019, anunciado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa foi inferior à registrada nos dois anos anteriores (1,3%); números fracos se somam às incertezas sobre os efeitos do coronavírus na economia e levam especialistas a revisar para baixo as previsões para 2020. (O Estado de S. Paulo, Valor Econômico, Folha de S. Paulo, O Globo)

Miriam Leitão: Em sua análise sobre o PIB de 1,1% em 2019, para o Globo, a jornalista Míriam Leitão fala, também, sobre perspectivas para 2020. Diz ela: “Normalmente, os economistas olham o passado para projetar o futuro. Desta vez, não é possível. Em 2020 o mundo entrou em outro clima por causa do surto de coronavírus, que afeta direta e fortemente as cadeias globais de comércio. O Brasil, mais fechado, tem um impacto menor, mas mesmo assim já começou a temporada de revisões para baixo das projeções do crescimento.

O Banco Central deve reduzir mais os juros, na visão de economistas que acompanham o cotidiano da política monetária. Além disso, o câmbio pode ajudar na exportação, mas tudo agora na economia aqui e no mundo depende da capacidade de resposta dos países ao desafio epidemiológico. Haverá consequências sobre as cadeias produtivas que dependem de insumos chineses, aqui, como em todas as economias do mundo. E o país vai se ressentir da queda de demanda por commodities.”

Matéria bloqueada. Assine para ler!
Escolha uma opção de assinatura.