Mercado energético

Queda do Brent pode baratear contratos de gás entre Petrobras e distribuidoras

28/11/2007-Plataforma P-52 começa a produzir no Campo de Roncador. Foto: Stéferson Faria
28/11/2007-Plataforma P-52 começa a produzir no Campo de Roncador. Foto: Stéferson Faria

A forte queda dos preços do petróleo que chegou a paralisar os mercados hoje pode ajudar a tornar o gás natural um insumo mais atrativo para a indústria no país a partir de maio. 

Desde o início do ano, a Petrobras fez uma migração de contratos de venda de gás e mudou o indexador de preços em boa parte deles. Antes, os valores mudavam de acordo com a variação dos preços de óleos combustíveis. Agora, os novos contratos variam diretamente de acordo com o Brent, que chegou a despencar 30% na madrugada desta segunda-feira.

“Os valores do Brent de março poderão impactar diretamente os preços a partir de 1º de maio”, disse Adrianno Lorenzon, coordenador técnico da equipe de gás natural da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres).

Outra mudança nos contratos da Petrobras com as distribuidoras de gás que favorece essa expectativa de queda dos preços é a retirada de um fator que “amortecia” aumentos e reduções. 

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O tamanho do impacto vai depender da sustentação do patamar do Brent, uma vez que os contratos são reajustados por médias diárias a cada três meses. A última data-base foi no início de fevereiro, e a próxima será em maio. 

“Mas se a queda for estrutural e o Brent continuar nesse nível, efetivamente haverá impacto em 1º de maio”, disse Lorenzon.

As distribuidoras de gás, por sua vez, deverão repassar essa redução às tarifas, deixando o insumo mais atrativo.

Como o Brent é negociado em dólar, a variação cambial pode minimizar o movimento. “Mas não parece que o real vai desvalorizar da mesma forma que o Brent”, disse o especialista.

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