A Folha de S. Paulo ouviu agentes de mercado sobre o cenário de queda no consumo de energia após as medidas de isolamento social, que pode levar o setor a ter que lidar com o problema de excedentes contratuais das distribuidoras.
De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o consumo de eletricidade já mostra fortes reflexos do Isolamento social. Na segunda-feira (23/03), a demanda caiu 18% tanto às 9h, quando geralmente cresce o consumo de energia, quanto às 14h, quando ocorrem os picos de utilização.
“O aumento do consumo residencial (com o isolamento) não vai compensar a queda da demanda da indústria e do comércio”, diz Lavínia Hollanda, sócia da consultoria Escopo Energia. A distribuidora Cemig (MG) a e comercializadora Voltener, da Votorantim, anunciaram que podem declarar força maior em contratos. Essa cláusula permite que as empresas reduzam suas compras em casos de eventos fora do controle.
A reportagem destaca que as distribuidoras compram energia também em leilões do governo, em contratos de longo prazo, com base em projeções futuras de demanda. Caso não consigam vender toda a energia contratada e, se não houver demanda pelas sobras no mercado livre, arcam com o prejuízo.
Para o advogado José Henrique Berman, sócio do BMA Advogados, o ineditismo da situação deve demandar soluções legislativas para definir como as perdas serão compartilhadas no setor, que pode passar por uma mudança estrutural no perfil de consumo.
Após aval da Aneel, distribuidoras anunciam medidas para enfrentar pandemia
Distribuidoras de energia elétrica anunciaram a imediata implementação de medidas extraordinárias para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, aprovadas no fim da tarde de ontem (24/03), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A Enel Brasil, que atua nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Goiás, destacou, entre medidas anunciadas, o acatamento à decisão da agência, de suspender, pelos próximos 90 dias, do corte no fornecimento de energia elétrica aos consumidores residenciais, rurais e urbanos, e serviços essenciais. A decisão não inclui grandes clientes, como indústrias e comércios, destacou a empresa, em nota.
A Neoenergia, que opera distribuidoras nos estados da Bahia (Coelba), Pernambuco (Celpe), Rio Grande do Norte (Cosern), e em alguns municípios de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Elektro), também destacou a suspensão do corte de energia para seus mais de 14 milhões de clientes residenciais e a permissão para que as concessionárias não realizem serviços presenciais, possibilitando o envio de faturas por meios eletrônicos, como e-mails ou disponibilização de códigos de barras por aplicativos.
As empresas informaram ainda que reforçaram o atendimento em todos os seus canais digitais para solicitação de serviços comerciais e emergenciais, após o fechamento das lojas de atendimento, disponíveis 24 horas por dia. (Fonte: revista IstoÉ Dinheiro – com conteúdo Estadão)
MVE negocia 220 MW médios da distribuição
O site Paranoá Energia informa que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) realizou ontem (24/03), a rodada do Mecanismo de Venda de Excedentes (MVE), em que as distribuidoras negociam sobras de energia com agentes do mercado livre. Ao todo, foram transacionados 219,9 MW médios para o período de três meses, de abril a junho, nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul.
O certame contou com 43 ofertas de venda e 191 propostas de compra, sendo que 126 MW médios de energia especial foram negociados ao preço do PLD no submercado Sudeste/Centro-Oeste, enquanto 73,9 MW médios de energia especial foram vendidos pelo PLD no submercado Sul. Por fim, 20 MW médios de energia convencional foram comercializados pelo PLD mais spread de R$ 0,10 no Sudeste/Centro-Oeste.
IPCA-15 desacelera em março com queda de passagens, gasolina e conta de luz
Os menores preços de passagens aéreas, gasolina e energia elétrica foram os principais responsáveis pela desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de março, para 0,02%, o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.
Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), as passagens áreas, por exemplo, recuaram 16,88% em março, terceiro mês consecutivo de baixa. O IBGE não detalhou possíveis influências do novo coronavírus sobre o desempenho desses preços no mês.
Já o setor de energia elétrica ficou com decréscimo de 1,30%. Em março, vigorou a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. Em fevereiro, a energia havia também recuado, mas em menor intensidade (-0,12%). (Valor Econômico)
Petrobras corta preço da gasolina em 15%; diesel não terá ajuste
A Petrobras anunciou ontem (24/03) novo corte no preço da gasolina, em resposta à redução das cotações internacionais do petróleo em meio à pandemia do novo coronavírus. A redução foi de 15%. O preço do diesel não será alterado. (Folha de S. Paulo)
Petrobras mobiliza supercomputadores para colaborar com pesquisas de combate ao covid-19
A Agência Petrobras informa que a estatal irá direcionar parte da capacidade de processamento de computadores de alto desempenho (HPC) – os chamados “supercomputadores” – para colaborar com pesquisas de combate ao coronavirus, em parceria com o departamento de Química da Universidade de Stanford, nos EUA.
O objetivo é contribuir com estudos sobre o comportamento do coronavírus no corpo humano e como a doença evolui, a partir da interação das proteínas virais, abrindo caminho para o desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Entre outros avanços, esse projeto já ajudou a identificar, por exemplo, a estrutura da proteína que conecta o covid-19 às células humanas.
Até dois supercomputadores a serviço da Petrobras poderão ter parte de sua capacidade de processamento redirecionada para essas pesquisas.
PANORAMA DA MÍDIA
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) anunciou hoje (25/03), pelas redes sociais, que pretende ordenar a reabertura do comércio na cidade a partir da próxima sexta-feira. Segundo Crivella, haverá um trabalho de conscientização da população para que não haja “aglomeração”. (portal UOL)
Os governadores de estados do Nordeste refutam a ideia do presidente Jair Bolsonaro de volta imediata à normalidade. (Valor Econômico)
Já o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disse que não tem mais diálogo com o governo do presidente Jair Bolsonaro. Caiado foi o responsável pela indicação de Luiz Henrique Mandetta aos Ministério da Saúde. Os dois são médicos formados pela mesma universidade. O rompimento se deu após o pronunciamento do presidente em rede nacional de rádio e televisão, ontem à noite (24/03). (portal G1)