MegaExpresso

Inadimplência chega a 20% na distribuição de energia – Edição da Manhã

O índice de inadimplência dos clientes das distribuidoras de energia está, em geral, entre 15% e 20%, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). Antes da crise provocada pelo novo coronavírus, a taxa média era de 4%.

O índice de inadimplência considera o valor arrecadado pela empresa em relação ao montante emitido na conta de luz. Reportagem do Valor Econômico mostra que, segundo fontes do setor, o indicador chegou a alcançar 30% em algumas concessionárias em meados de março.

De acordo com a reportagem, empresas do setor também sofrem com sobrecontratação de energia, que deve chegar a 14% este ano. Segundo o presidente da Rege Consultoria, Tiago Correia, a taxa de inadimplência tende a reduzir um pouco em relação ao início da crise, conforme os consumidores vão se adaptando à nova rotina e percebendo que, no caso dos clientes residenciais, a suspensão de corte no fornecimento não implica a suspensão de multas e de iniciativas de cobrança.

Por outro lado, estimou ele, os efeitos da crise devem durar mais do que os três meses imaginados inicialmente pelo setor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

Volta de leilões do setor de energia não tem data, diz ministro

O governo federal ainda mantém suspensa a agenda de leilões do setor elétrico e de campos exploratórios de petróleo frente às incertezas da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Em videoconferência com jornalistas, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse ontem (23/04) que a maior dificuldade do momento é a imprevisibilidade, que trava a tomada de decisão dos investidores e inviabiliza os processos públicos de contratação.

O Valor Econômico destaca que Albuquerque tem evitado projetar a data de retorno à normalidade, que pode levar 90, 120 dias ou mais. “Infelizmente, não temos essa previsão”, comentou.

Na avaliação do ministro, o setor energético vive uma crise “sem precedentes”. “Já vivemos outras crises. Agora, precisamos considerar as lições aprendidas para modular nossas ações”, ressaltou Albuquerque. Conforme já anunciado esta semana, o cenário indefinido afeta os leilões de transmissão e geração de eletricidade e ofertas de campos de petróleo da 7ª e da 17ª rodadas.

Está mantido apenas o certame da modalidade de “oferta permanente” de campos de petróleo no segundo semestre, em resposta ao pedido de pequenos e médios produtores. Mesmo sem horizonte para o fim da crise, o ministério mantém o cronograma do leilão de excedentes do contrato da cessão onerosa, para junho de 2021. O leilão negociará os campos de Sépia e Atapu, não adquiridos em oferta anterior.

Durante a coletiva, o ministro falou também sobre a privatização da Eletrobras que, segundo ele, continua sendo prioridade para o governo.

Para analistas, retomada de leilões de petróleo no Brasil pode ficar para 2022

O jornal O Globo também traz matéria sobre leilões e, para isso, ouviu a opinião de analistas de mercado. Para eles, o cenário de incerteza com a crise gerada pela pandemia do coronavírus pode adiar a retomada do calendário de leilões de petróleo no Brasil e em outros países para 2022. Excesso de estoques de petróleo, crise geopolítica entre os produtores, custos elevados e a falta de demanda são apenas alguns dos motivos apontados por especialistas para que governos voltem a arrecadar com a venda de campos de petróleo.

Segundo Anderson Dutra, sócio do setor de Energia e Recursos Naturais da consultoria KPMG, é difícil pensar em leilões para 2021, dada a incerteza do atual cenário. Para ele, as empresas não só vão adiar investimentos como vão cancelar projetos.

“Há uma sinalização de que o preço do petróleo a médio prazo oscile entre US$ 45 e US$ 55, contra uma expectativa anterior entre US$ 50 e US$ 70. E isso faz muita diferença para a projeção de receita futura”, afirmou Dutra.

Para Marcelo de Assis, chefe de pesquisa da área de exploração e produção de petróleo da consultoria Wood Mackenzie, o adiamento das rodadas são naturais devido à volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional e da incerteza com a economia. Para ele, outros países também devem adiar seus leilões, como a Guiana e o México.

Petrobras usa leilões para reduzir estoques

O Valor Econômico informa que a Petrobras vem tentando se livrar de parte de seus estoques, nos últimos dias, por meio de leilões de diesel e gasolina no mercado. As cargas têm sido negociadas, segundo o jornal, com descontos agressivos nos preços.

A reportagem explica que esse tipo de licitação não é uma novidade e, segundo a própria estatal, neste ano já foram realizados seis certames. A companhia recorre a eles quando tem excessos pontuais de produtos em suas refinarias ou quando quer fazer frente à concorrência de importadores num determinado mercado.

A diferença, dessa vez, está na frequência maior das ofertas e no tamanho dos descontos – que lança dúvidas se a empresa não estaria praticando preços abaixo da referência internacional. A Petrobras nega.

PANORAMA DA MÍDIA

Dois temas estão em destaque nos jornais desta sexta-feira (24/04): a expansão da pandemia de coronavírus no Brasil e a nova crise política em Brasília, gerada, agora, por atrito entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Em reunião pela manhã, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro disse ao ministro Sérgio Moro que iria demitir o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Aleixo, e indicaria o seu sucessor. O jornal O Estado de S. Paulo ressalta que Moro não aceita uma troca “de cima para baixo” e defende o direito de fazer a escolha. No embate, o ministro chegou a pedir demissão, mas, oficialmente, o Ministério da Justiça nega que Moro tenha chegado a pedir demissão.

*****

O pedido de demissão de Sérgio Moro, revelado pela Folha de S. Paulo, foi seguido de uma ofensiva da cúpula militar do Palácio do Planalto para tentar mantê-lo no cargo. Segundo assessores presidenciais, ouvidos pela reportagem da Folha, Moro sinalizou no início da noite, disposição em aceitar um acordo, desde que tenha a palavra final na sucessão na PF.

*****

Hoje (24/04), a exoneração de Maurício Aleixo foi publicada no Diário Oficial da União. A exoneração ocorreu a pedido, segundo decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. O substituto ainda não foi indicado.

*****

O Valor Econômico traz hoje uma reportagem sobre contradições existentes entre o liberalismo da agenda do Ministério da Economia pré-coronavírus e o intervencionismo no pós-pandemia. Segundo o jornal, o sinal foi dado pela iniciativa dos ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Na quarta-feira (22/04), Braga e Tarcísio anunciaram o Plano Pró-Brasil, um programa de investimentos públicos de R$ 30 bilhões para os próximos três anos e outros R$ 250 bilhões em concessões para o setor privado. A cifra dos investimentos públicos é irrelevante para influir na recuperação da atividade, mas o ato pode significar uma mudança de sinal da política econômica.

*****

O jornal O Globo informa que o número de pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus no Brasil chegou ontem (23/04) a 49.492, e o total de mortes, a 3.313. Num único dia, as estatísticas do Ministério da Saúde registraram o recorde de 407 óbitos.

Com 3.735 casos compilados de quarta para quinta-feira, foi o maior número desde 17 de abril, quando 3.257 novos casos foram registrados, com 217 mortes. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, Nelson Teich, sugeriu que o aumento súbito se deve à confirmação de testes que estavam represados, e não de mortes reais ocorridas num só dia.

Matéria bloqueada. Assine para ler!
Escolha uma opção de assinatura.