Mercado energético

Onda de frio chega ao país durante possível flexibilização da quarentena. Qual o impacto na carga?

A partir da noite desta terça-feira, 05/05, as temperaturas devem cair em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN) motivadas pelo avanço de uma frente fria do submercado Sul em direção ao centro-norte do país. A persistência do frio intenso nos próximos dias, por dias consecutivos, deve provocar o fenômeno conhecido como Onda de Frio em boa parte do centro-sul.

Diante do cenário de queda drástica das temperaturas em boa parte do sistema, deve também ocorrer a redução da demanda de energia e, consequentemente, da carga. Como exemplo, em junho de 2016, o fenômeno de Onda de Frio afetou cidades importantes, como São Paulo e o Rio de Janeiro, que são as áreas mais populosas e de maior concentração de parques industriais do subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

Nesse período, na semana do ápice da Onda de Frio, houve redução de carga média de 4,96% em comparação com a semana anterior.

“Essa redução pode ser explicada por uma mudança no comportamento social que o frio intenso provoca. Isso é, a população tende a ficar mais reclusa em casa, impactando negativamente no consumo de energia”, explica Lucas Castro, analista setorial da MegaWhat.

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Por outro lado, a possibilidade de flexibilização de medidas de isolamento em diversos estados do país, esperadas a partir de 10 de maio, podem retomar o consumo de energia no SIN. Se as medidas forem mantidas nos principais centro urbanos e de produção do país, não devem ocorrer impactos relevantes para o aumento expressivo da carga, prevalecendo o efeito do frio intenso.

Além da questão do setor elétrico, o analista destaca que o frio intenso pode ser um agravante do atual quadro em virtude da pandemia do Covid-19. “Estudos que relacionam as condições extremas de temperatura e taxas de mortalidade e de internação, indicam que os grupos mais vulneráveis ao frio extremo são aqueles que possuem condições de saúde pré-existentes como doenças cardíacas, respiratórias e diabetes, além de ser mais nocivo para os idosos. Dessa forma, o grupo de risco ao frio extremo e a ação do novo coronavírus são os mesmos”, alerta Lucas Castro.

Previsão do tempo

Segundo a previsão do tempo elaborada por Rafael Padovani, que também é analista setorial da MegaWhat, na quarta-feira, (06/06), haverá queda acentuada das temperaturas na maior parte do Sul, com máxima de 20°C, enquanto a mínima pode ficar abaixo dos 10°C. Nas regiões serranas do Sul, são esperadas temperaturas negativas.

Em áreas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, como no Mato Grosso do Sul, os termômetros devem registrar queda e, na capital do estado, a temperatura máxima não deve ultrapassar 22°C. Na quinta-feira, as temperaturas tendem a cair em áreas do Sudeste, com previsão de temperatura máxima na capital paulista saindo de 28°C para 18°C, e a mínima ficando entre 10°C e 12°C. No Rio de Janeiro, a temperatura não deve passar os 22°C.

Em Rio Branco, no Acre, a queda pode ser de até 10°C, saindo de 33°C para 23°C de temperatura máxima. Porém, as temperaturas devem subir gradativamente a partir de sexta-feira no Sul e a partir de sábado no Sudeste.

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