O mercado fio da Copel Distribuição (Copel D) caiu apenas 0,3% em abril, considerando os dados faturados, pois a queda de consumo dos segmentos industrial e comercial foi compensada pelo aumento considerável do consumo residencial, disse Daniel Slaviero, presidente da companhia, em teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre do ano.
“Mas permanecemos em alerta. Apesar de vermos alguns sinais de retomada, consideramos que os piores meses serão maio e junho”, disse Slaviero, se referindo aos efeitos da pandemia do coronavírus (covid-19). “O segundo trimestre de 2020 certamente trará impactos do covid, com redução de carga e aumento de inadimplência e, consequentemente, reflexos na parte econômica”, completou.
O executivo destacou a importância da “Conta-Covid”, empréstimo que será tomado pelo governo de um sindicato de bancos para injetar liquidez no caixa das distribuidoras no curto prazo e evitar um calote generalizado em todo o setor elétrico.
Segundo Slaviero, os recursos devem ser disponibilizados pelos bancos entre o fim de maio e a primeira semana de junho.
“Passada essa etapa, vamos discutir o equilíbrio econômico das distribuidoras, porque isso é fundamental para que elas continuem operando de maneira sustentável”, completou.
Balanço
No primeiro trimestre do ano, a Copel teve lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 512,2 milhões, aumento de 2,9% na comparação com mesmo período de 2019.
A receita operacional líquida subiu 6,6% no período, para R$ 4,1 bilhão, refletindo, principalmente, o aumento de 32,8% de “suprimento de energia elétrica”, devido ao maior volume de energia negociada pela comercializadora do grupo e pelo despacho da termelétrica de Araucária.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 5,6% no período, para R$ 1,15 bilhão, também refletindo o aumento do volume de energia suprida.
Desinvestimentos
O presidente da Copel informou também que a companhia vai disponibilizar a partir da próxima semana o teaser do processo de desinvestimento da Copel Telecom. Nessa semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu anuência prévia ao contrato de swap entre as subsidiárias da Copel, importante para que as empresas continuem utilizando a estrutura compartilhada com o braço de telecomunicações.
Depois disso, o conselho de administração aprovou a publicação das minutas do edital e o teaser de venda. “Mantemos a expectativa de realizar o leilão até o fim do ano, se as condições de mercado assim permitirem”, disse Slaviero.