Uma retração mais profunda do que o esperado neste ano no país pode reduzir ainda mais a carga projetada para o Sistema Interligado Nacional (SIN), explica Luma Boufleur, analista setorial da MegaWhat Consultoria. Ao longo do quinquênio que vai de 2020 a 2024, contudo, a diferença é baixa.
Em apresentação sobre o Estudo Quadrimestral maio – outubro, publicado recentemente pela MegaWhat, a analista explicou que a variação de carga do SIN tem correlação com a variação anual do PIB, medida pela elasticidade, que é a variação da carga dividida pela variação do PIB.
Na revisão extraordinária de carga aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 26 de maio, foi utilizada como premissa uma retração de 5% do PIB neste ano, tirando 5 GW médios da carga em 2020 em comparação com o que era esperado no início do ano. Para 2024, a queda é ainda maior, de 5,3 GW médios.
Fonte: Estudo Quadrimestral/MegaWhat
O boletim Focus divulgado pelo Banco Central nessa segunda-feira (1º de junho) veio com uma previsão mais pessimista, de retração de 6,3% na economia neste ano e crescimento de 3,5% em 2021.
“Mantendo a mesma elasticidade, isso não muda muito a carga. Haveria uma redução de 0,5 GW médios adicional em 2020 e um aumento de 1 GW médio em 2021, mas ao final dos cinco anos chegaríamos nos mesmos 76,6 GW médios em 2024”, explica Boufleur.
Fonte: Estudo Quadrimestral/MegaWhat
Como a duração da crise atual é incerta, os dados e estudos precisam ser atualizados sempre. Esse é um dos motivos que vai fazer com que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) antecipe a publicação de alguns cadernos do Plano Decenal da Expansão (PDE) 2030. “Ninguém sabe quanto tempo vai durar a crise, mas a ideia é trabalhar cada vez mais com dados atualizados”, diz a analista.
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