O jornal O Estado de S. Paulo informa que a proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para regulamentar o empréstimo bilionário de socorro ao setor elétrico recebeu sugestões de 82 instituições, entre empresas, consultorias, associações, órgãos de defesa e conselhos de consumidores. Algumas delas fizeram mais de uma proposta, de forma que o órgão regulador terá que analisar 404 contribuições.
A reportagem ressalta que o número chama atenção, considerando que foram apenas seis dias de consulta pública e elas foram enviadas apenas por formulário eletrônico, em meio à pandemia.
A relatora do caso, diretora Elisa Bastos Silva, pretende avaliar as sugestões e apresentar uma proposta final para deliberação da Aneel o mais rapidamente possível, mas ainda não há data confirmada para isso. Segundo a reportagem, não está descartada a convocação de reunião extraordinária da agência na próxima semana.
Setor em baixa reduz demanda por energia
Com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Valor Econômico traz hoje (04/06) um panorama do consumo de energia elétrica no país, dividido por setor, durante o período da pandemia da covid-19.
Em abril, segundo a EPE, a demanda das residências, impulsionada pelas medidas de isolamento social, ultrapassou o patamar do segmento industrial, que sentiu a crise em praticamente todos os setores eletrointensivos. Especialistas destacam que a demanda das indústrias se manteve baixa em maio, mas que os números começarão a dar sinais de recuperação a partir de junho, conforme a economia volte a se abrir. A velocidade da retomada, porém, ainda é incerta.
Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportou uma queda de 18,8% na produção da indústria nacional em abril, ante março, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF). O resultado é o pior da série histórica, iniciada em 2002. Frente a abril de 2019, a retração foi de 27,2%.
Esse recuo do setor industrial se refletiu diretamente no consumo de energia elétrica, que caiu 6,6% em abril, na comparação com igual mês do ano passado, puxado, sobretudo, pelo setor secundário – responsável por um terço da energia consumida no país. Segundo a EPE, a demanda industrial recuou 12,4% ante abril de 2019, e 13,5% frente a março, de forma generalizada entre os segmentos mais eletrointensivos.
Eletronorte investirá R$ 74 milhões na ampliação da UHE Curuá-Una
A Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, anunciou que investirá R$ 74 milhões na ampliação da hidrelétrica Curuá-Una (PA), que passará de 30 MW para 42,8 MW de capacidade instalada. O Canal Energia informa que o contrato para a instalação de uma quarta turbina foi assinado com as empresas GE Energias Renováveis e Intertechne Sistemas. A obra tem prazo de 22 meses para conclusão.
A estimativa de acréscimo anual de receita com a nova máquina é da ordem de R$ 7 milhões após sua entrada em operação comercial. Haverá ainda o aumento de receita com a comercialização de energia por 10 anos adicionais, em função da prorrogação do contrato de concessão. Segundo o superintendente de Geração da companhia, Gilberto Tannús Elias, o investimento será o primeiro de aumento da geração da Eletronorte em mais de uma década.
PANORAMA DA MÍDIA
Com 1.349 óbitos em 24 horas, o Brasil bateu ontem (03/06) novo recorde de confirmações de mortes pelo coronavírus. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o total de mortes pela doença no país chegou a 32.548. A pasta também confirmou mais 28.633 casos da covid-19. Dessa forma, o Brasil totaliza 584.016 infectados. A atualização de dados do Ministério da Saúde, feita diariamente às 19 h, foi realizada ontem às 22h “devido a problemas técnicos”. (Correio Braziliense)
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O Valor Econômico informa que as dez maiores redes varejistas do país elevaram em quase 40% a provisão para devedores duvidosos em seus balanços do primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. No total, o montante passou de R$ 4,1 bilhões para R$ 5,7 bilhões. Em relação ao quarto trimestre, a alta foi de 9%.
A reportagem analisou os balanços de GPA, Carrefour, Renner, Riachuelo (Guararapes), Marisa, C&A, Magazine Luiza, Via Varejo, Americanas e B2W. O aumento das provisões indica falta de confiança do varejista em receber, no prazo previsto, pela venda ou crédito concedido. Apesar da atitude preventiva das grandes redes, os primeiros dados sobre o comércio em maio podem indicar um início de reversão de tendência. Números do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), que registra vendas entre empresas mais o comércio eletrônico, indicam média diária de transações de R$ 21,1 bilhões em maio, 11% superior ao de abril.
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A principal reportagem da Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (04/06) também é o desempenho do comércio. O jornal ressalta que as vendas nos primeiros estados a reabrir o comércio após o início da pandemia no novo coronavírus indica que a retomada da economia será lenta, com consumidores preocupados com o risco de contaminação e de perda do emprego. Ainda não há estatísticas consolidadas, mas a Folha falou com representantes dos lojistas, dos trabalhadores e especialistas para entender o que as primeiras semanas de lojas abertas em alguns estados dizem sobre o comportamento do consumidor e expectativas para o resto do ano.
Em geral, os volumes de vendas estão abaixo da metade da média registrada antes da pandemia, e o foco ainda são produtos de primeira necessidade. As indústrias mais afetadas pelo fechamento das lojas, como têxtil e eletroeletrônicos, ainda não viram novas encomendas.
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O jornal O Globo informa que uma semana depois da sanção do projeto de lei que cria o programa de socorro a estados e municípios – e 70 dias após a primeira promessa de ajuda feita pelo presidente Jair Bolsonaro – governos locais ainda estão distantes de receber os recursos. A liberação da primeira parcela dos R$ 60 bilhões continua parada em burocracias internas do governo federal. A nova previsão do Ministério da Economia para a transferência dos recursos é o dia 9, terça-feira da próxima semana.
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O Palácio do Planalto teme que manifestações de rua em defesa da democracia e contra o governo federal cresçam e se tornem atos pró-impeachment do presidente Jair Bolsonaro, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.