O Valor Econômico traz hoje (15/06) uma reportagem sobre a experiência da Enel Brasil e da Neoenergia, com a autoleitura de consumo, opção adotada como alternativa à rotina dos leituristas, técnicos que fazem a checagem dos medidores para o faturamento das contas de luz.
Inicialmente, a Enel Brasil ofereceu a autoleitura a residências e comércios atendidos por suas distribuidoras em São Paulo e Goiás. Já a Neoenergia, anuncia hoje a ampliação do serviço para suas 14 milhões de unidades consumidoras. A autoleitura já era uma realidade para clientes de áreas rurais, onde as equipes das distribuidoras não fazem visitas mensais.
Devido à pandemia e às medidas de isolamento social, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou resolução permitindo que as distribuidoras oferecessem a autoleitura para todos os consumidores, como forma de substituir a prática tradicional de envio dos técnicos. Para quem não quiser fazer a leitura do próprio medidor, a regra estabelece a cobrança pela média de consumo dos últimos 12 meses, com eventuais diferenças em relação ao consumo real sendo compensadas automaticamente.
A Enel São Paulo, por exemplo, disponibilizou a autoleitura aos clientes residenciais e comerciais no fim de março. Em abril, a distribuidora recebeu cerca de 160 mil informações dos clientes através dos canais digitais e pelo call center. Em maio, foram mais de 500 mil. Mas a partir de junho, com a flexibilização do isolamento social anunciada pelo estado, a distribuidora está retornando a realização da leitura presencial.
No caso da Neoenergia, do grupo Iberdrola, o serviço de autoleitura já estava disponível para todos os clientes da Elektro (SP/MS) e, a partir de hoje, será oferecido também pelas concessionárias Coelba (BA), Celpe (PE) e Cosern (RN). A empresa destaca que a iniciativa pode ajudar estabelecimentos que estão fechados por conta da quarentena e que seriam tarifados pela média de consumo dos últimos 12 meses.
Petrobras inicia nova onda de renegociação com fornecedores
A Petrobras iniciou, nas últimas semanas, uma segunda onda de renegociação com alguns de seus fornecedores. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a nova investida marca uma mudança no tom das conversas. Até então focada em adiar pagamentos e antecipar o fim de contratos próximos a vencer, a estatal propõe, agora, suspender temporariamente alguns de seus contratos de afretamento de navios de apoio offshore.
A reportagem ressalta que no segmento de apoio offshore, o receio é que a crise do momento aumente ainda mais os níveis de ociosidade da frota, que já tinha sido afetada pela última crise, de 2015, quando a Petrobras rescindiu uma série de contratos com as empresas do setor. Segundo o sócio do escritório Kincaid Mendes Vianna, Godofredo Mendes Vianna, a nova investida da Petrobras pode trazer uma rodada de judicialização no setor.
Pandemia retarda desenvolvimento da energia eólica offshore no Brasil
Depois de consolidar seu potencial onshore (em terra), a geração eólica no Brasil se preparava para novos desafios, antes da pandemia de coronavírus. O próximo passo seria usar os aerogeradores na atividade offshore (sobre superfície líquida, principalmente oceanos), conforme reportagem do Jornal do Comércio (RS).
No entanto, segundo a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, argumenta que os impactos econômicos da pandemia do coronavírus deverão levar ao atraso do crescimento dessa nova vertente no setor.
Ela informa que há empresas do setor com projetos, que estão buscando licenças ambientais. A ABEEólica está coordenando essa discussão para buscar o aparato regulatório e incluir a eólica offshore em leilões promovidos pelo governo federal, mas, segundo a executiva, ainda é muito cedo para fazer uma estimativa sobre quando os projetos offshore participariam de certames.
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Estado de S. Paulo informa que o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, deixará o governo. Ele deve ficar um período afastado do mercado, por obrigação do cargo que ocupa, e ir para a iniciativa privada. Em entrevista ao jornal, Mansueto confirmou que já está discutindo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, um nome para sucedê-lo no cargo, cuja missão é controlar o caixa do governo. Ele estava no posto desde abril de 2018, ainda no governo Michel Temer.
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O principal destaque da edição de hoje (15/06) do Valor Econômico é a demarcação de terras indígenas. Segundo o jornal, o governo prepara um decreto para tornar os parâmetros para demarcação de terras indígenas “mais rigorosos e ágeis”. O presidente Funai, Marcelo Augusto Xavier, defende a necessidade de um novo decreto para dar segurança jurídica às demarcações pendentes, cerca de 485 pedidos.
Ele disse ao Valor que aguarda “com ansiedade” a aprovação pelo Congresso do projeto que regulamenta atividades de mineração nas terras indígenas. E antecipou que vai rever áreas que foram interditadas por relatos de presença de índios isolados.
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Os jornais O Globo e Folha de S. Paulo trazem reportagem sobre a reação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao ato de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que atirarem fogos de artifício contra a sede do Supremo na noite de sábado. O presidente da Corte, Dias Toffoli, reagiu e teve o apoio de outros ministros, dizendo que o Poder Judiciário não se sujeitará a ameaças. A resposta coordenada foi motivada também pelo fato de, na manhã de ontem, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ter se unido a manifestantes que criticavam a Corte. Um homem envolvido no ataque ao prédio do STF foi preso e liberado ontem. A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu investigação sobre o ataque para responsabilização dos autores.