A agenda da indústria do petróleo está focada em três pontos manter seus investimentos no Brasil: segurança jurídica, previsibilidade (calendário de leilões) e respeito aos contratos. No entanto, conforme abordado durante o webinar Regime único e o futuro da oferta de áreas, promovido pela EPBR nesta segunda-feira, 22/06, para garantir a saúde financeiras das empresas, é necessário expandir as áreas de atuação, tornando essa indústria energética, com projetos em outras fontes de energia.
Considerando o risco do processo de exploração das empresas petroleiras, com prazo de retorno de investimento de longo prazo, e enquanto aguarda discussões regulatórias, a ampliação do escopo de atuação torna-se fundamental para se alcançar competitividade e fazer a conta fechar, segundo Miguel Pereira CEO Petrogal,
A empresa está buscando integrar seu portfólio com a energia solar fotovoltaica, não só no Brasil, mas no mundo. Na Espanha a empresa adquiriu parques em operação com uma capacidade instalada de 900 MW e projetos em desenvolvimento que permitirão atingir, até 2023, uma capacidade de geração instalada de 2,9 GW.
O CEO da companhia disse que essa é a aposta da Petrogal que no Brasil está desenvolvendo um estudo com a Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), para saber o potencial do futuro do mercado brasileiro solar. “Veremos se será um ponto de investimento no Brasil, mas é uma área de negócio nova”, disse Pereira.
Também contando com sua experiência na Europa, mas em parques eólicos offshore, a Equinor, vê com interesse a entrada em projetos da fonte no Brasil. “Vemos o Brasil como uma área de interesse para energia eólica offshore, mas precisa do arcabouço regulatório. Para a gente é uma oportunidade de trazer toda a expertise de óleo e gás para energia renovável”, contou Leticia Andrade, vice-presidente de Estratégia e Portfólio da Equinor.
Segundo Mariano Ferrari, CEO da Repsol Sinopec, a ampliação de escopo das empresas de Óleo e Gás será fundamental para um novo normal, após a crise provocada pela pandemia do Covid-19, que passará por um modelo de transição energética. “Mais do que um empresa petroleira, é ser uma empresa energética”.
Uma possibilidade de casamento entre as agendas dos leilões de energia e de gás natural, com a previsibilidade dessa agenda, poderiam ser um caminho para que as empresas realizem esse passo mais diversificado, aliado à construção de políticas públicas integradas.
“Ter a rotina e a clareza de entender que os leilões do setor elétrico são importantes e grandes vetores para o mercado de gás natural, é mais visível como âncora para esses projetos (exploração). Mas conforme a gente começa a desenvolver novas rotas existem clientes industriais que têm nos procurado para desenvolver projetos. Espero que a gente chegue a uma equação para viabilizar esses projetos e que as indústrias possam ser âncora do desenvolvimento de gás”, disse Adriano Araújo, CEO da Shell Brasil.
Em abril, a Shell pediu registro de outorga para 13 usinas solares fotovoltaicas em Minas Gerais, somando mais de 600 MW de capacidade instalada.