As distribuidoras estatais de energia Copel (Paraná), Cemig (Minas Gerais) e Celesc (Santa Catarina) já comunicaram o mercado que seus respectivos conselhos de administração optaram por aderir à “Conta-Covid”, empréstimo negociado pelo governo com bancos públicos e privados para injetar liquidez no caixa das distribuidoras de energia.
A Copel requereu o valor total de R$ 869,5 milhões, ligeiramente abaixo do máximo liberado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de R$ 884,6 milhões. A companhia já tinha se pronunciado em 25 de junho sobre a antecipação de R$ 536,3 milhões, reverentes à CVA constituída, montante que fez parte do seu reajuste tarifário anual.
A Cemig e a Celesc não informaram os valores pleiteados. As companhias têm direito a, respectivamente, R$ 1,78 bilhão e R$ 583,2 milhões.
O empréstimo aprovado pela Aneel pode ter, no máximo, R$ 16,1 bilhões. Em relatório, a analista do Credit Suisse, Carolina Carneiro, estimou que as empresas devem tomar cerca de R$ 10 bilhões para cobrir as despesas da Parcela A, incluindo adiamentos em ajustes tarifários, CVA já constituída e energia sobrecontratada.
Em relação aos R$ 6,1 bilhões restantes, “assumimos que algumas companhias podem ter crédito mais barato disponível, a custos competitivos, e podem escolher não aderir com os valores máximos oferecidos pela Aneel já que não há decisão sobre como será a compensação por queda de volume e aumento da inadimplência nas próximas revisões tarifárias”, escreveu a analista.
A analista aposta que, por sua vez, as distribuidoras estatais e companhias mais endividadas devem considerar os custos do empréstimo – de CDI mais 2,9%, com custo final de CDI mais 3,9% – competitivos. O prazo para adesão termina hoje, 3 de julho.