Distribuição

Fitch Ratings: Distribuidoras devem ter redução de R$ 3,2 bilhões no Ebitda de 2020

Fitch Ratings: Distribuidoras devem ter redução de R$ 3,2 bilhões no Ebitda de 2020

A qualidade de crédito das distribuidoras de energia elétrica poderia ser mais impactada pela pandemia do novo coronavírus se não houvesse o empréstimo da Conta-Covid, disse o diretor sênior da Fitch Ratings, Mauro Storino. Mesmo vendo um alívio no empréstimo, a Fitch projeta que haverá uma redução do Ebitda (lucro antes dos resultados) das distribuidoras de R$ 3,2 bilhões em 2020.

Segundo a agência de rating, as empresas mais afetadas foram aquelas em que os ativos do grupo estavam concentrados na distribuição. No entanto, com a liberação de recursos da Conta-Covid e outros auxílios voltados para os consumidores residenciais, os impactos da queda no consumo de energia e inadimplência foram atenuados.

Assim, sem auxílio do governo para exposições no mercado livre de energia, as maiores perdas de Ebitda devem ocorrer para a Light e Cemig em 2020, dada a grande exposição de clientes livres na geração. Com isso, as duas empresas devem apresentar redução no indicador para este ano de 12,9% e 12,6%, respectivamente.

“Houve redução da geração direcionada para os clientes livres. A magnitude disso acaba acontecendo para quem tem maior disposição de venda de energia no mercado livre. Quem vende mais para o mercado livre (nesse cenário) tem mais risco de inadimplência dos consumidores”, disse Storino.

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Há a expectativa de cenário mais favorável em 2021, com crescimento econômico de 3,5% para as empresas de energia e recuperação de preços e volumes de energia, além entrada de novos ativos em operação. Considerando o reequilíbrio econômico-financeiro das empresas do setor em 2021, deve-se evitar uma perda de Ebitda de R$ 9,7 bilhões.

Empresas como a Equatorial devem ter uma evolução do indicador, frente a 2020, com crescimento de 28%, seguida da EDP Brasil, com aumento de 25%, e da Light com 22%.

A Fitch Rating apresentou a análise de riscos para as distribuidoras a investidores e analistas do mercado nesta terça-feira, 7 de julho, e considerou como base as medidas adotadas em outros períodos de crise pelo agente regulador, como no racionamento de energia, em 2001, e na crise hidrológica entre os anos de 2014 e 2015, com a criação da Conta-ACR.

Durante a pandemia do Covid-19, as distribuidoras de energia elétrica tiveram como principais impactos a queda de consumo, o aumento da inadimplência, o diferimento de recebíveis junto aos grandes consumidores de energia e a postergação ou diferimentos em processos tarifários. Esses impactos variaram entre 6% e 11% para as distribuidoras, dependendo de sua localização e do perfil econômico e social dos consumidores.

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