Na sequência de reportagens que vem publicando sobre a disputa entre a americana AES Corp e a brasileira Eneva, pela fatia detida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na AES Tietê, o Valor Econômico informa que a holding AES Corp fez oferta por 18,5% da participação do banco na Tietê.
O BNDES detém 28,41%. Assim, ao preço de R$ 17,15 por ação, colocará R$ 1,27 bilhão no caixa da instituição. De acordo com a reportagem, a AES já levantou o recurso, parte do caixa e parte com crédito. O banco ficaria com uma participação remanescente de 9,91% e venderia os papéis em bolsa posteriormente.
Ainda segundo o Valor, a AES também assumiu compromisso com o BNDES de fazer a migração da geradora de energia AES Tietê do Nível 2 da B3 para o Novo Mercado. A migração ajudaria a amenizar parte das críticas recentes recebidas pelo acionista sobre direito dos preferencialistas da Tietê – no Novo Mercado, nível de maior governança, todas as ações são ordinárias.
A reportagem ressalta que, no caso de a Eneva vencer a disputa, seria esperado um embate societário com a AES, uma vez que a elétrica americana não quer vender sua participação e já declarou não ter interesse na fusão proposta pela brasileira. A expectativa é de que o BNDES anuncie sua decisão ainda hoje (27/07).
GDSolar vai construir 27 usinas para geração distribuída
A GDSolar, especializada na construção e operação de usinas solares fotovoltaicas, está ampliando seu portfólio com 27 novos empreendimentos voltados à geração distribuída de energia, informa o Valor Econômico.
Localizadas em 8 estados, as usinas atenderão a diferentes tipos de clientes e somam potência superior a 75 megawatts-pico (MWp, unidade de potência de projetos de energia solar) e cerca de 152 gigawatts-hora (GWh) gerados por ano.
Segundo a reportagem, o plano envolve aproximadamente R$ 300 milhões em investimentos que serão executados junto a parceiros, como os grupos brasileiros Servtec Energia, Órigo Energia e Tavares de Melo, e a inglesa Faro Energy. A expectativa é de que todas as 27 usinas estejam concluídas e conectadas às redes das distribuidoras locais até a metade do próximo ano.
Brookfield investe mais de R$ 4 bilhões em parques solares
O Valor Econômico informa que o fundo canadense Brookfield está investindo de R$ 4 bilhões a R$ 4,5 bilhões em energia fotovoltaica no Brasil. Até 2023, a fonte solar deverá alcançar 1,5 mil megawatts (MW) de potência e praticamente igualar a capacidade instalada de outros ativos da Brookfield em energias renováveis no país – usinas eólicas ou de biomassa, hidrelétricas de maior porte e pequenas centrais (PCHs).
De acordo com a reportagem, o movimento deu passos significativos nos últimos seis meses. Na semana passada, a Brookfield firmou contrato com a multinacional espanhola Solatio para aquisição de um complexo solar com cerca de 1 mil MW de potência em Janaúba, no norte de Minas Gerais. As obras com início previsto para o fim deste ano e conclusão até meados de 2023.
Toda a energia irá para o mercado livre e mais de 70% da produção já foi contratada, segundo André Flores, executivo responsável na Brookfield Asset Management por energias renováveis no Brasil.
Outra investida em energia solar é o complexo Alex, no Ceará, adquirido por R$ 1 bilhão em janeiro deste ano e com capacidade instalada de 278 MW. A geração foi negociada no ambiente de contratação regulada, em leilão organizado pelo governo federal em 2018, que atende às distribuidoras. Em obras, deverá iniciar o fornecimento em 2022.
A terceira aposta está prestes a ser anunciada, envolvendo o projeto Aratinga, também no Ceará e com entrega de energia a partir de 2023. Terá entre 150 MW e 200 MW. A potência definitiva ainda depende da estruturação final do empreendimento. Toda a geração vai ser comercializada no mercado livre, mas nenhum contrato foi celebrado até agora.
PANORAMA DA MIDIA
O principal destaque da edição de hoje (27/07) do jornal O Globo é a evolução da epidemia do coronavírus, que bateu um novo recorde neste fim de semana no Brasil – sinal de que ainda está longe do fim, estacionando num platô demasiadamente alto. Desde o início do mês, têm sido registradas mais de mil mortes diárias.
Onze estados têm aumento no número diário de óbitos por covid-19, em um cenário atribuído pelos cientistas ao afrouxamento excessivo, à desobediência às regras de isolamento social e à falta de coordenação pelo governo federal.
O país registrou ontem 23.467 novos casos e 556 novos óbitos por coronavírus, segundo um consórcio de veículos de imprensa formado por O Globo, Extra, Gl, UOL, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Ao todo, o país registra 2.419.901 infecções e 87.052 mortes em decorrência da covid-19.
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Segundo análise da Folha de S. Paulo, os gastos extraordinários e a necessidade de ampliar a rede de proteção social no pós-pandemia da covid-19 podem tomar inevitável o aumento da carga tributária, mesmo que temporário, para evitar que a dívida pública saia do controle, demolindo o atual cenário de inflação e juros baixos no Brasil.
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O jornal O Estado de S. Paulo destaca que a crise mundial faz o Brasil depender cada vez mais de exportações para a China. Um terço (33,8%) dos US$ 101,7 bilhões exportados pelo Brasil de janeiro a junho deste ano teve o país asiático como destino, ante 1,9% em 2001 e 28,5% no fim do ano passado.
De 2001 até o ano passado, a participação chinesa nas vendas do Brasil saltou de 1,9% para 28,5%. Com a crise global desencadeada pelo novo coronavírus, essa fatia subiu para 33,8% no primeiro semestre deste ano. Os dados são do Ministério da Economia, compilados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas.
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A falta de articulação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa com os interesses da União na Petrobras permitiu que os minoritários aumentassem com facilidade o número de assentos no conselho de administração da empresa, realizada na semana passada.
O Valor Econômico informa que a União tinha sete das 11 vagas preenchidas e um assento vago que, pelo estatuto, também cabe ao governo. O governo apresentou chapa de oito candidatos, elegeu sete e os minoritários, que tinham duas, ficaram com três. O resultado foi considerado uma derrota para a União e uma vitória do grupo de minoritários, que, com apoio de investidores estrangeiros, conseguiu indicar dois dos três minoritários no conselho.