O Valor Econômico informa que acabou ontem (27/07) à noite a reunião do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre as ofertas pelas ações da AES Tietê, e o banco decidiu aceitar a oferta feita pela americana AES Corp. A informação foi confirmada em fato relevante divulgado na manhã desta terça-feira (28/07) pela AES Tietê, com carta anexada do BNDES.
A reportagem explica que a reunião entre diretoria e conselheiros do banco avaliou a nova proposta da Eneva, apresentada ontem, mas considerou o volume de caixa como essencial e o risco societário alto e um processo potencialmente moroso na proposta da companhia.
Com a venda para a AES, o banco vai embolsar R$ 1,27 bilhão e ficar com cerca de 9% da companhia ainda em mãos. Agora, a AES vai levar a Tietê para o Novo Mercado. Essa já era a sinalização do banco, que seria confirmada em uma reunião no início da tarde de segunda. Mas horas antes da reunião, a Eneva fez ajustes em sua proposta, melhorando os termos em relação à primeira versão. Com mais um capítulo da disputa, as ações dispararam, ressalta a reportagem.
“Eneva não vai brigar”, diz fonte sobre decisão do BNDES
Em uma segunda matéria sobre o tema, o Valor Econômico informa que a Eneva não vai questionar a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de aceitar a oferta feita pela americana AES Corp. pelas ações do banco na subsidiária AES Tietê.
“A Eneva não vai brigar”, disse fonte próxima da companhia, ressaltando, porém, que até o começo da madrugada desta terça-feira (28/07) a empresa não havia recebido nenhum comunicado oficial do BNDES sobre a escolha da proposta da AES Corp. Nesse caso, segundo o interlocutor do Valor, a oferta da Eneva deixará de valer e a companhia será desenvolvida a partir de outras estratégias.
Nova Lei do Gás deve avançar na Câmara
A Folha de S. Paulo informa, na coluna Painel S.A., que o requerimento dos líderes partidários da Câmara, que pede urgência na análise do projeto da Nova Lei do Gás, deve ser votado amanhã (29/07). A proposta trata da expansão da concorrência no setor.
Em debate desde 2013, o texto foi aprovado em outubro pela Comissão de Minas e Energia da Câmara. O projeto aborda temas como contratação de capacidade em gasodutos e novas regras para autorizar o transporte e a estocagem do combustível. É considerado prioritário pelo Ministério da Economia.
Tecnologia brasileira produz etanol a partir do bagaço da cana
Um grupo de pesquisa brasileiro obteve resultados que prometem ampliar o acesso da indústria nacional ao chamado E2G (etanol de segunda geração), obtido a partir de subprodutos da cana-de-açúcar e que pode aumentar a produtividade por área plantada em até 50%. As matérias-primas são o bagaço e a palha da cana, normalmente aproveitados para produzir energia termelétrica por meio de sua queima.
Em reportagem sobre o tema, a Folha de S. Paulo explica que os cientistas do Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) fizeram modificações genéticas em uma linhagem do fungo Trichoderma reesei de modo a forçar sua colaboração nesse processo.
O fungo tem a capacidade natural de digerir celulose e hemicelulose, componentes que formam a parte mais fibrosa e rígida da planta – e mais difícil de aproveitar no processo convencional.
A reportagem explica ainda que a produção de etanol de segunda geração não é exatamente nova, mas até então não havia tecnologia nacional que permitisse isso. A invenção brasileira, para a qual foram solicitados dois pedidos de patente, chegou a ser testada numa planta-piloto no próprio Laboratório Nacional de Biorrenováveis, a fim de atestar a viabilidade técnica do processo.
PANORAMA DA MÍDIA
O principal destaque da edição de hoje (28/07) do jornal O Estado de S. Paulo é sobre disputas no governo por mudanças no teto de gastos. Segundo a reportagem, tentativas de flexibilizar a regra que amarra o crescimento das despesas à variação da inflação têm partido de integrantes do próprio Executivo e servido para encorajar parlamentares e entidades na defesa por mais gastos.
O jornal informa que lideranças do Congresso já se articulam para buscar uma alternativa para elevar investimentos em infraestrutura neste e nos próximos anos. Em outra frente, uma coalizão de 230 organizações da sociedade civil se movimenta para derrubar o teto como resposta à pandemia da covid-19. Manobras para driblar regra fiscal ganham apoio até da equipe econômica.
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O jogo de forças políticas no Congresso é o destaque de hoje (28/07) dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. O Globo informa que em um movimento que embaralha as forças políticas na Câmara e que desafiará a coordenação política do Palácio do Planalto, o MDB e o DEM decidiram deixar o chamado “blocão”, grupo de partidos comandado pelo deputado Arthur Lira (AL), líder do PP, e que reunia também siglas do centrão.
Dessa forma, o maior agrupamento partidário da Câmara perderá 63 parlamentares, encolhendo de 221 para 158 deputados. O movimento ocorre em meio aos esforços da articulação política do Planalto para organizar uma base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro que dê maior sustentação ao governo no Congresso.
A Folha de S. Paulo explica que, com a sucessão na presidência da Câmara se aproximando, os partidos começaram a organizar um movimento que pode atrapalhar os planos do presidente Bolsonaro em ter uma base governista coesa no segundo semestre – período de votações importantes, como a reforma tributária – e de emplacar o sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara.
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Reportagem do Valor Econômico mostra que a pandemia e as políticas públicas para atenuar a crise econômica e social têm provocado impactos diversos nas várias camadas da população. Por exemplo, beneficiaram até agora, ao mesmo tempo, os bilionários brasileiros e a parcela mais pobre da população do país.
Levantamento realizado pela organização da sociedade civil Ofxam indica que a fortuna de 42 bilionários do país, relacionados pela revista “Forbes”, aumentou US$ 34 bilhões no período entre 18 de março e 12 de julho, passando de US$ 123 bilhões para US$ 157 bilhões.
Outro trabalho, feito pelo Ibre/FGV, indica que o auxílio emergencial pago a quase metade da população reduziu significativamente a proporção de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.