A petroleira francesa Total anunciou ontem (07/09) que desistiu de operar os blocos exploratórios na bacia da Foz do Amazonas, na região Norte do Brasil, onde enfrenta dificuldades no licenciamento ambiental. A atividade exploratória na região foi cercada de polêmica desde o seu início. A área é considerada por ambientalistas uma das mais ricas em biodiversidade do planeta.
Em 19 de agosto, a empresa comunicou aos sócios do projeto (Petrobras e British Petroleum – BP) a intenção de transferir a operação dos ativos. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) abriu prazo de seis meses para que o novo operador seja nomeado. Até lá, a Total segue respondendo pela operação dos cinco blocos (FZA-M-57, FZA-M-86, FZAM-88, FZA-M-125 e FZA-M-127).
A Total possui 40% dos ativos, enquanto a BP e Petrobras possuem 30% de participação cada uma. Os blocos foram adquiridos na 11ª Rodada de concessões da ANP, em 2013. Na ocasião, a Total pagou cerca de R$ 250 milhões pela aquisição dos cinco blocos, mas teve o seu pedido de licença para perfuração nas áreas negado pelo Ibama.
Recentemente, a petroleira reiniciou o processo de licenciamento das áreas. As informações foram publicadas pelos jornais O Globo e Valor Econômico.
Petrobras volta a vender campos depois de quatro meses
Passado o período mais crítico do choque do petróleo, as aquisições de campos maduros da Petrobras voltaram à ativa, informa o Valor Econômico, em reportagem publicada nesta terça-feira (08/09). A estatal chegou a ficar quatro meses sem conseguir assinar um novo contrato sequer, entre março e julho, mas vem acelerando o ritmo dos processos.
De saída da produção em terra, a Petrobras vendeu, só em agosto, quatro ativos que lhe renderão US$ 285 milhões. Com os desinvestimentos, novas pequenas petroleiras despontam no mercado. Os novos contratos acompanham a recuperação gradual dos preços do barril, que depois de cair para menos de US$ 20 em abril, estabilizou-se acima dos US$ 40 nos últimos dois meses.
Após nove anos, Bolsa pode ter IPO de petroleira
Nove anos após a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), em 2011, o mercado brasileiro pode voltar a ter uma nova petroleira de capital aberto.
De acordo com reportagem do Valor Econômico, a 3R Petroleum, empresa especializada em campos maduros, registrou pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pode se tornar a sexta produtora de óleo e gás do Brasil com ações negociadas na Bolsa. O time é composto hoje apenas pela Petrobras, PetroRio (ex-HRT), Enauta (ex-QGEP), Dommo (ex-OGX) e a Eneva – empresa integrada de energia, mas que atua como produtora de gás.
A 3R Petroleum é controlada pela Starboard, que atua com reestruturação de empresas em dificuldades, mas que tem apostado em campos maduros de petróleo como um novo negócio. O plano é capitalizar a 3R via mercado de capitais, sobretudo, para financiar novas aquisições. Em um ano, a petroleira já fez três, no valor de US$ 256 milhões – duas delas recentes, ainda não concluídas. Os ativos comprados no Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia alçam a empresa ao posto de maior produtora privada de petróleo em terra no país, ao lado da Petrorecôncavo, com 5,8 mil barris/dia.
Taxa sobre carbono pode aliviar dívida
A implementação no Brasil de uma taxa sobre carbono, cobrando mais de combustíveis fósseis e nos moldes do que é feito no exterior, poderia aliviar a trajetória da dívida pública nos próximos anos, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.
Até 2030, o endividamento poderia ficar mais de dez pontos menor, em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB), com a cobrança, segundo estudo de Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com o estudo, além dos impactos ambientais e dos benefícios para a saúde pública que a redução de poluentes traria, a adoção de um sistema de taxação de carbono poderia arrecadar em torno de R$ 600 bilhões nos próximos dez anos. Em outros países, o imposto taxa tanto o combustível na bomba dos postos quanto os que são usados na aviação, na indústria e em usinas termoelétricas.
PANORAMA DA MÍDIA
A Folha de S. Paulo informa que o indicador criado pelo centro de pesquisa chinês Luohan Academy para medir o ritmo de recuperação da economia mostra que, entre 131 países acompanhados diariamente, nenhum voltou ao patamar de atividade anterior à eclosão da pandemia de covid-19 em seus territórios.
Idealizado por Michael Spence, vencedor do Nobel de Economia, o Pandemic Economy Tracker (PET) aponta para recuperações que oscilam entre um mínimo de 82,4% tio nível pré-crise, no Peru, e um máximo de 98,3%, na China. No meio do caminho, estão Brasil, com uma retomada de 95,8%, Alemanha, com 94,8%, Estados Unidos, com 92%, Itália, com 91,4%, Espanha, com 91,2%, Reino Unido, com 89,4%, Argentina, com 89,2%, e índia, com 88,4%, entre outros.
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O principal destaque da edição de hoje (08/09) do Valor Econômico é a corrida de empresas de varejo à Bolsa de Valores. De acordo com a reportagem, a janela de mercado que se abriu para as ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) fez empresas de varejo baterem recorde de operações na Bolsa em meio à pandemia.
Pela primeira vez, há um número significativo de redes fora do eixo Rio-São Paulo aproveitando a oportunidade para abrir o capital. As ofertas estão sendo feitas também para permitir a saída de fundos que apostaram no negócio há alguns anos. Segundo o Valor, nos últimos cinco meses, o varejo prepara mais IPOs que em uma década.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que o governo federal planeja manter, até o fim de 2022, as Forças Armadas na linha de frente do combate às queimadas e ao desmatamento ilegal na Amazônia. A ideia é estender as ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), realizadas em 2019 e neste ano, na chamada “Operação Verde Brasil”.
A estratégia está registrada em metas do Conselho Nacional da Amazônia Legal, enviadas no fim de agosto pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
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O uso de máscaras para contenção da covid-19 é destaque na edição de hoje (08/09) do jornal O Globo. Uma parcela de 83% dos brasileiros diz concordar que as pessoas têm o dever de respeitar os protocolos de segurança para evitar a propagação da doença, como o uso de máscaras faciais em locais públicos.
A conclusão é de uma pesquisa de opinião do Ibope encomendada pelo Globo. Desse total, 72% disseram que concordam “totalmente” com a afirmação acima, e 11%, “parcialmente”.