Geração

Volume de micro e miniGD pode variar até 47% em 2030, a depender da política de incentivos

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou na última terça-feira, 8 de setembro, o caderno de micro e minigeração distribuída do Plano de Desenvolvimento Energético (PDE 2030). Considerando cenários mais e menos restritivos a partir de 2022 e a aplicação da tarifa binômia, a diferença da capacidade instalada pode chegar a 47% em 2030.

Considerando como limite superior a compensação integral das componentes tarifárias e sem aplicação de tarifa binômia, a micro e minigeração distribuída a capacidade instalada chegaria a 35,8 GW em 2030.

No entanto, se considerado o limite inferior, com as alterações regulatórias a partir de 2022 – quando os novos geradores podem compensar apenas a parcela TE Energia com a energia injetada na rede e cobrança das tarifas de uso do sistema de transmissão e distribuição (Tust e Tusd) – a capacidade instalada chega a 16,8 GW nos próximos dez anos.

Dessa forma a EPE traçou dois cenários possíveis: Verão e Primavera. No primeiro, a entidade considera que o país vai manter uma política de grande incentivo para a micro e minigeração distribuída, com mudanças em 2022, para que todos os novos geradores deixam de compensar a parcela Tusd Distribuição com sua geração, e que em 2026, todos os novos geradores serão submetidos a um novo faturamento na baixa tensão.

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Assim, no cenário Verão, a estimativa é que o número de consumidores com micro e minigeração distribuída seja de três milhões em 2030, gerando investimentos de R$ 70 bilhões nesse horizonte, e alcançando 24,5 GW de capacidade instalada. Nesse cenário, a fonte solar fotovoltaica deve responder por 93% da capacidade instalada, enquanto CGH, termelétrica e eólica devem responder, respectivamente, por 4%, 2% e 1%.

Já no segundo cenário, o Primavera, a EPE considera a opção de remoção dos incentivos tarifários à micro e minigeração distribuída. Nesse caso, em 2022, todos os novos geradores passariam a compensar apenas a parcela TE Energia com sua geração, além de serem submetidos a um novo faturamento na baixa tensão, que passaria a cobrar as parcelas Tusd Fio A e Fio B de forma não volumétrica.

Para esse cenário mais restritivo, o número de consumidores no horizonte do planejamento cairia para dois milhões, da mesma forma que os investimentos reduziriam para R$ 50 bilhões.

No horizonte de 2030, a micro e minigeração distribuída deve contribuir com 4,6% e 3,2% da carga total de energia, nos cenários Verão e Primavera, respectivamente. Caso seja adotado o cenário menos restritivo, a expectativa é de uma geração de 4,3 GW em 2030, enquanto no cenário mais restritivo, a previsão é de uma geração de 2,9 GW nos próximos 10 anos.

Baterias

O caderno da EPE também traz simulações quanto à viabilidade econômica das baterias no país, indicando a necessidade de uma grande redução do preço atual. A expectativa é que o custo de investimento reduza 8,3% ao ano até 2030, chegando R$ 2.000/kWh.

No entanto, segundo o estudo, há outros fatores nacionais que podem afetar a redução no preço, como a alta carga tributária na importação de baterias. Assim, uma diminuição das alíquotas poderia reduzir ainda mais o preço esperado.

Além disso, analisando exclusivamente a opção de baterias para o atendimento do horário de ponta, a EPE enxerga viabilidade econômica no horizonte decenal para consumidores com alto fator de carga na ponta.

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