Os grupos CPFL e Equatorial são os potenciais compradores mais engajados no processo de venda da distribuidora de energia da Companhia Energética de Brasília (CEB -D), de acordo com reportagem do Valor Econômico.
A venda, modelada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Financeiro (BNDES), será feita por meio de leilão e a expectativa é que ocorra ainda neste ano. No início de agosto, a CEB abriu a sala de informações sobre o ativo à venda, conhecido pelo jargão em inglês ‘data room’.
A CEB-D é uma sociedade por ações de economia mista de capital fechado, cujo único controlador é a CEB, holding de capital aberto controlada pelo Distrito Federal. A área de concessão da CEB-D abrange o Distrito Federal, atendendo população de, aproximadamente, 3 milhões de pessoas. A companhia tem endividamento alto e acumula prejuízos.
Procuradas pela reportagem, a CPFL disse que “sempre busca oportunidades de crescimento, avaliando constantemente ativos que surgem no mercado” e a Equatorial não comentou.
Neoenergia busca projetos eólicos offshore no Brasil
A Neoenergia, um dos principais grupos privados do setor elétrico, está analisando oportunidades do potencial eólico offshore (alto-mar) brasileiro. O presidente da companhia, Mario José Ruiz-Tagle Larrain, disse ontem (23/09), que a companhia vem desenvolvendo estudos preliminares para projetos no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Ceará.
“São 3 mil MW de capacidade de desenvolvimento em cada uma das áreas. Temos muito o que trabalhar, mas claramente há uma oportunidade”, afirmou o executivo, em evento on-line sobre fontes renováveis.
Citando a experiência da controladora Iberdrola com projetos desse tipo no exterior, Larrain afirmou que o objetivo da Neoenergia é ser um dos pioneiros desse mercado. Ele comentou que a implementação desses projetos ainda depende da superação de desafios, como as questões logísticas, de meio ambiente e marítima, além do avanço na medição dos ventos na costa brasileira. As informações são do Jornal do Comércio, do Rio Grande do Sul.
‘Bicho-papão’ ameaça IPO da Hygo Energy nos EUA
O Valor Econômico informa que a operação Boeman, deflagrada ontem (23/09) pela Polícia Federal em nova fase da Lava-Jato, pode atrapalhar uma oferta inicial de ações (IPO) na bolsa americana Nasdaq. Com 25 mandados de busca e apreensão em três estados e bloqueio de bens determinados pela Justiça Federal, a operação tem como um dos investigados o executivo brasileiro Eduardo Antonello, que preside a Hygo Energy.
A empresa tem agendada para hoje (24/09) a definição de preço por ação de seu IPO – montante que estava previsto entre US$ 415,8 milhões e US$ 485,1 milhões. A Hygo é uma joint venture entre a Golar LNG e veículos de investimento da Stonepeak Infrastructure Partners. A companhia foi criada para desenvolver e operar transporte, armazenamento e geração de energia ligada a gás natural liquefeito e tem o Brasil como seu principal mercado para expansão.
A reportagem ressalta que a investigação remete ao período em que Antonello era vice-presidente da Seadrill, empresa especializada em perfuração de poços em águas profundas. Ele foi responsável por estruturar a operação do grupo no Brasil. Um executivo do grupo de bancos coordenadores (são 14 instituições na oferta), ouvido pela reportagem, minimizou o impacto, uma vez que a investigação está em curso e se refere “a um episódio antigo”.
Na Hygo Energy, Antonello é CEO de meio-período. Ele não é contratado pela companhia, mas é prestador de serviço por meio da empresa Magni Bermuda, sediada nas Bermudas, e tem um contrato de dedicação parcial. O nome da operação, Boeman, é uma referência a “bicho-papão” em holandês.
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico informa que até o fim do ano, o governo federal precisará de mais de R$ 800 bilhões, entre recursos para pagar despesas e rolagem de papéis que vencerão até dezembro. Segundo a reportagem, há dúvidas no mercado sobre a capacidade do governo de aprovar medidas no Congresso que reduzam o déficit primário (conceito que exclui o gasto com juros).
Ainda de acordo com o Valor, a incerteza quanto à capacidade do Tesouro de honrar a dívida, aliada ao fato de a taxa básica de juros (Selic) estar no menor nível da história – 2% ao ano -, tem provocado forte aumento dos juros de longo prazo (inclinação da curva de juros, no jargão do mercado). Investidores estão exigindo prêmios de risco mais altos para comprar títulos públicos.
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O principal destaque da edição de hoje (24/09) do jornal O Estado de S. Paulo é a promoção, pela Advocacia-Geral da União (AGU), de 607 procuradores federais. Com exceção de um único caso, todos os outros vão subir para o topo da carreira. Agora, dos 3.783 procuradores federais do órgão, 3.489 (92%) estão na chamada categoria especial, com salário mensal de R$ 27,3 mil.
As promoções se antecipam à proposta de reforma administrativa, que pode atingir as carreiras dos atuais servidores e acontece depois do movimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, para conter o aumento da folha de pessoal por meio da lei 173 – que congelou os salários até 2021, além da concessão de bônus.
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A Folha de S. Paulo destaca que o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) lidera a primeira pesquisa do Datafolha para a eleição municipal, com 29% das intenções de voto. Atrás dele vem o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), com 20%, quase o mesmo índice daqueles que dizem que vão votar em branco ou nulo (17%).
Em terceiro lugar empatam Guilherme Boulos (PSOL, 9%) e o ex-governador paulista Márcio França (PSB, 8%). Não sabem responder 4%. O Datafolha ouviu 1.092 eleitores nos dias 21 e 22 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
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Deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) foram unânimes em aprovar ontem (23/09) a abertura oficial do processo de impeachment contra o governador afastado Wilson Witzel (PSL). O jornal O Globo destaca que os últimos meses do governo Witzel foram de crise política e denúncias quase diárias sobre superfaturamento em compras para o combate ao coronavírus.
O momento mais tenso da sessão de ontem na Alerj foi a defesa do próprio Witzel que, antes do anúncio do placar, ao falar virtualmente, disse que está sendo perseguido, acusou os parlamentares de omissão e concluiu afirmando que o Rio está tomado por máfias.