Geração

Echoenergia mira em desenvolvimento de 1,2 GW de solar para mercado livre

Perto de completar 1,2 GW em operação de energia eólica, a Echoenergia, braço de geração renovável da gestora britânica Actis, prevê desenvolver e comercializar um cluster de 1,2 GW de energia solar fotovoltaica no mercado livre nos próximos anos. Para isso, está preparando uma plataforma digital que vai permitir acesso aos consumidores de menor porte quando houver a abertura total do mercado livre.

“Passaremos de um mercado livre concentrado e não tão pulverizado para um mercado livre de varejo, onde a comercializadora varejista terá muito valor. Por isso, estruturamos um projeto interno que é uma comercializadora digital”, disse Edgard Corrochano, presidente da Echoenergia, durante evento da companhia com investidores realizado nessa quinta-feira, 24 de setembro.

A Echoenergia foi uma das primeiras empresas de geração eólica a se voltar para projetos para o mercado livre, diante da baixa demanda nos leilões. Aproveitando a migração de grandes consumidores, conseguiu viabilizar cerca de 600 MW em contratos de longo prazo no mercado livre. Os outros 600 MW estão no mercado regulado. Desses, 1 GW está em operação, e 206 MW estão em construção para serem entregues em 2020.

Além desses empreendimentos, a Echoenergia tem 2 GW em desenvolvimento, sendo a maior parte da fonte solar fotovoltaica. “Ainda vamos crescer mais uns 200 MW de eólica, mas achamos que nosso cluster de 1,2 GW de solar será o próximo grande ativo a ser viabilizado”, disse Corrochano.

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A companhia pretende continuar fazendo contratos de longo prazo no mercado livre, e também na modalidade de autoprodução, no qual o consumidor é sócio do empreendimento. “E lá em 2024 a digitalização virá forte, e nossa próxima grande discussão será como financiar os projetos com offtakers de varejo. Como os bancos vão enxergar os riscos e como isso vai se encaixar?”, afirmou.

O executivo estima que a abertura do mercado livre vai liberar de imediato um mercado adicional de 14 GW médios de consumidores de alta tensão e baixa demanda contratada. Segundo ele, são 185 mil agentes que poderão migrar para o mercado livre. Daí o papel importante da digitalização, para fomentar esse mercado de varejo.

A Echoenergia também está fortalecendo sua comercializadora, para atuar desenvolvendo produtos de energia em todo o país, e não mais concentrados no Nordeste, onde estão os ativos de geração da companhia. “Hoje, vendemos nossos projetos no mercado livre na nossa curva de geração e em nossa sazonalização, e isso vem funcionando de forma eficiente, mas isso vai mudar. Os consumidores vão pedir para que atendamos as necessidades deles, e vamos entregar”, afirmou.

O PLD horário, que entrará em vigor em 2021, não assusta a companhia. Segundo Corrochano, a Echoenergia chegou a preterir projetos da fonte eólica com elevado fator de capacidade por serem ventos noturnos. Os projetos no Rio Grande do Norte, contudo, tem vento diurno, e as simulações feitas com o PLD horário sombra divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam ganhos para a companhia com a mudança de preço.

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