Distribuição

Firmino Sampaio volta ao conselho da Light com foco nas perdas

Firmino Sampaio volta ao conselho da Light com foco nas perdas

Em sua terceira passagem pelo conselho de administração da Light, Firmino Sampaio diz que a elétrica fluminense é uma companhia viável, mas que tem muito trabalho a fazer. Uma das principais preocupações com relação à empresa é o nível de perdas comerciais, sobretudo em áreas de risco, dominadas pelo tráfico de drogas e a milícia, o que limita o acesso da distribuidora.

“Vejo que a companhia continua sendo uma empresa viável e tem muito trabalho a fazer. Quero procurar transmitir minha experiência para a empresa”, afirmou Sampaio à Megawhat, em sua primeira entrevista após ser eleito para o conselho de administração da Light, na última segunda-feira, 28 de setembro.

Indicado pelo FIA Samambaia, do empresário Ronaldo Cézar Coelho, que possui 20,01% do capital da Light, Firmino teve aceitação dos demais acionistas da companhia. “Felizmente, todos me acolheram bem”, disse.

Ex-presidente da Eletrobras, Sampaio tem mais de 40 anos de experiência no setor elétrico. Mais recentemente, ele se destacou por sua atuação no grupo Equatorial Energia, onde foi diretor-presidente e presidente do conselho de administração. Nos últimos dez anos, o grupo, que possuía apenas uma distribuidora no Maranhão, passou a ter quatro concessões e investimentos em transmissão de energia. Agora, o grupo estuda avançar para o setor de saneamento.

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Com relação à Light, Sampaio entende que, assim como as demais distribuidoras do país, a companhia foi muito impactada pela pandemia de covid-19, que afetou a demanda e aumentou a taxa de inadimplência das empresas do setor. “Será necessário agora um esforço de recuperação”, completou.

Sua primeira passagem pelo conselho da elétrica fluminense foi entre 1996 e 1998, durante o período de privatização da empresa. A segunda passagem foi entre 2008 e 2010, quando o governo estadual implantou as unidades de polícia pacificadora (UPPs) na região metropolitana do Rio de Janeiro. A medida permitiu à Light combater de forma mais intensa o furto e fraude de energia em comunidades carentes, algo considerado praticamente impossível nos dias de hoje.

“A perda [comercial] é uma questão crucial”, completou.

De acordo como resultado do segundo trimestre da Light, o índice de perdas totais da empresa, nos últimos 12 meses encerrados em junho, foi de 25,29%, com queda de 0,47 ponto percentual, ante igual período anterior. Na mesma comparação, o índice de perda não-técnica sobre o faturamento da baixa tensão recuou 0,72 ponto percentual, para 49,53%.

Além de Sampaio, outro nome que ingressou recentemente no conselho de administração da Light foi o de Reynaldo Passanezi Filho, presidente da Cemig, que detém participação de 22,58% da elétrica fluminense.

Completam o conselho da Light David Zylbersztajn (presidente do conselho), Carlos Marcio Ferreira (vice-presidente do conselho), Carlos Alberto da Cruz, Carlos da Costa Parcias Júnior, Helio Paulo Ferraz, Patrícia Gracindo Marques de Assis Bentes e Ricardo Reisen de Pinho.

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