Política Energética

ONS alerta sobre grande inflexibilidade operacional, incluindo hidrelétricas e térmicas

ONS alerta sobre grande inflexibilidade operacional, incluindo hidrelétricas e térmicas

O Operador Nacional de Energia Elétrica (ONS) analisa como crítica a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) que deve manter alto grau de geração inflexível para os próximos anos. Mas engana-se quem pensa que essa inflexibilidade seja decorrente apenas do aumento da capacidade instalada de usinas eólicas e solares, ou da geração distribuída.

Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS, alertou, durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), que o desafio da operação do sistema soma-se à inflexibilidade de hidrelétricas e termelétricas, que na maioria das vezes são conhecidas como “baterias” da matriz energética brasileira.

Segundo Zucarato, na geração compulsória é identificada a inflexibilidade das hidrelétricas que são a fio d’agua e que possuem defluência mínima, além de termelétricas, usinas solares, eólicas e a biomassa.

“A gente desconta a geração compulsória e, basicamente, o espaço que sobra para otimizar e onde a gente pode decidir é de 25% a 31% (horizonte 2020-2024). Quando a gente fala de necessidade da flexibilidade operativa, mesmo o parque hidrelétrico, que é pujante e significativo, ele tem parcela inflexiva importante, decorrente do uso múltiplo da água e operação a fio d’água. É uma pequena parcela do parque hidrelétrico que a gente consegue operar com flexibilidade”, disse o diretor do operador.

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As inflexibilidades operativas das hidrelétricas estão atreladas ao uso mínimo da água, desde vazão mínima do rio, ao contexto social, como uso do reservatório para consumo, lazer e hidrovias. Além disso, essas restrições acabam não sendo mostrada nos modelos operacionais.

Completa a dificuldade operacional o fato que, atualmente, 25% das usinas não são despachadas centralizadamente, significando um esforço de coordenação significativo e que se mantém até 2024.

“É importante e imprescindível o correto sinal econômico para que essa geração não despachada centralizadamente disponibilize os recursos quando o setor elétrico mais precisa. Com a entrada do preço horário, aproximando a precificação de curto prazo com a necessidade da operação, a gente consegue gerar um sinal econômico fundamental para a coordenação de toda a geração que não é despachada, no sentido que elas contribuam para o sistema quando ele precisa”, finalizou o diretor.

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