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Eletrobras não vê problemas em começar discussão sobre privatização pelo Senado

Brasília – O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, fala sobre os resultados da empresa em 2017, e apresenta o andamento do Plano Diretor de Negócios e Gestão 2018-2022 (Valter Campanato/Agência Brasil)
Brasília – O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, fala sobre os resultados da empresa em 2017, e apresenta o andamento do Plano Diretor de Negócios e Gestão 2018-2022 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Uma eventual mudança na estratégia do governo com relação à tramitação do plano de privatização da Eletrobras, enviando um novo projeto de lei sobre o tema, dessa vez, para o Senado, não deve ser motivo de preocupação para a companhia, afirmou nesta sexta-feira, 2 de outubro, o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr. Segundo ele, houve um avanço das negociações do governo com o Senado sobre o assunto.

“O governo certamente agiu para seguir o debate positivo dessa agenda. Isso não me preocupa. Existe, tanto em uma casa quanto na outra, um nível de consciência crítica [para debater o projeto de capitalização e privatização da Eletrobras]. Aquela [casa] em que pudermos iniciar o debate com mais brevidade, será melhor”, afirmou o executivo em entrevista coletiva por meio eletrônico, após participar do Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase).

Segundo ele, questões que possam ser incluídas em um eventual Projeto de Lei do Senado (PLS), como a criação de um fundo de recursos para a região Norte ou a inclusão de uma cláusula de “golden share”, dando poder de veto à União em temas específicos da Eletrobras privatizada, já foram discutidas pelo governo tanto com deputados quanto senadores e, por isso, não haveria problema caso fossem inseridas no texto.

O executivo também disse que, caso de fato o governo encaminhe um projeto via Senado, o processo não deverá afetar o cronograma atual da privatização, prevista para ser concluída até o fim do próximo ano.

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Questionado sobre o estremecimento da relação da equipe econômica do governo com o Congresso, Ferreira disse que, apesar de os ânimos estarem acalorados, os participantes do debate possuem qualidade para tratar do assunto. Segundo ele, o tema das privatizações e da redução do déficit fiscal, principalmente em um momento complexo devido à pandemia de covid-19, precisa da colaboração de todos. “Tenho convicção de que estamos passando por um episódio difícil, mas ele vai ser superado”, completou.

Presente ao Enase, Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e conselheiro da Comerc, defendeu a privatização da Eletrobras. “Será uma empresa mais saudável, que poderá investir mais”, afirmou. “A expectativa é que a privatização da Eletrobras, se ocorrer, sejá um case para o Brasil”.

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