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Consumo de energia reage, mas alta forte ainda demora – Edição da Manhã

O Valor Econômico traz hoje (09/10) uma reportagem sobre a retomada do consumo de energia elétrica no Brasil após a flexibilização da quarentena. Foram entrevistados especialistas e agentes do mercado.

Eles ressaltam que o consumo de energia elétrica no Brasil dá sinais de recuperação desde junho, após as fortes quedas causadas pela pandemia de covid-19. A expectativa é que os volumes voltem até o fim do ano aos níveis pré-crise na maioria dos setores, mas que um crescimento mais expressivo ocorra apenas nos próximos anos.

Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que agosto foi o primeiro mês em que a demanda total nacional cresceu na comparação anual desde o começo da crise sanitária, em março. O consumo no país em agosto totalizou 39,1 mil gigawatts-hora (GWh), alta de 1,4% em relação a igual mês de 2019.

De acordo com a EPE, o consumo comercial em agosto ainda esteve 9,8% abaixo de igual mês do ano passado, enquanto o industrial teve alta de 2,3% e o residencial cresceu 7,8%. Especialistas apontam que os dados de setembro devem apresentar alta mais expressiva. Parte do crescimento, no entanto, é pontual, provocado pelas temperaturas mais elevadas e a intensificação do uso de aparelhos de ar-condicionado.

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“O consumo residencial já vinha alto porque as pessoas estavam em casa e cresceu ainda mais”, diz o presidente da comercializadora de energia Argon, Moacyr Carmo. O diretor-presidente da Brasil Comercializadora de Energias, Eli Elias, acrescenta que o reflexo da reabertura dos shoppings no consumo de energia foi forte. Ainda assim, a demanda do setor continua abaixo de igual período no ano passado e deve retornar aos níveis pré-crise dentro de quatro meses, assim como o setor industrial.

A comercializadora Tradener vê o reflexo da reabertura em seu portfólio. A companhia atende cerca de 800 clientes e, em abril, viu todos baterem níveis de consumo abaixo dos volumes mínimos contratados, no pior momento da crise. Hoje, todos os consumidores voltaram a cumprir os contratos de compra de energia.

No setor, há dúvidas também sobre a capacidade da indústria de manter o crescimento da produção nos próximos meses, devido ao ritmo ainda lento de fornecedores de matéria-prima e equipamentos.

Projeto da Engie, no Paraná, é suspenso na Justiça 

Primeiro grande projeto de linhas de transmissão da Engie Brasil Energia, o “Gralha Azul”, localizado no interior do Paraná, começa a enfrentar uma disputa na Justiça para seguir com as obras, informa o Valor Econômico. O empreendimento é alvo de críticas por parte de ONGs e especialistas, que enxergam uma série de irregularidades no processo de licenciamento ambiental.

Nesta semana, o projeto com investimentos de R$ 2 bilhões foi paralisado por uma liminar concedida pela Justiça do Paraná, depois de ONGs terem movido uma ação civil pública questionando a validade dos estudos de impacto ambiental das linhas que passariam por áreas sensíveis e protegidas, como a Escarpa Devoniana, “cartão postal” do estado.

Especialistas apontaram vários problemas, como a falta de mapeamento de nascentes e áreas alagáveis, ausência de menções à estabilidade e sismicidade do terreno e subestimação do número de cavernas na área do traçado. A empresa defende a regularidade das licenças obtidas com o órgão estadual paranaense e outros.

O projeto percorre 27 municípios, envolvendo a construção de 1.000 km de linhas, além de novas subestações e ampliação das existentes. A fase de implantação foi iniciada neste ano, após ter recebido licenças do Instituto Água e Terra (IAT), órgão do Paraná.

Petrobras e Cigás travam disputa por R$ 600 milhões

O Valor Econômico informa que a Petrobras tenta desbloquear, na Justiça, uma conta que pode lhe render cerca de R$ 600 milhões. A companhia trava uma disputa em torno dos recursos com a distribuidora amazonense de gás natural, a Cigás, e aposta em decisões favoráveis no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para resgatar o dinheiro. A concessionária de gás, por sua vez, tenta impedir a transação via Supremo Tribunal Federal (STF).

A reportagem explica que a disputa já tem cinco anos e tem como origem uma controvérsia em relação ao recolhimento de PIS/Cofins sobre o fornecimento de gás para a Amazonas Energia (atual Amazonas Geração e Transmissão, da Eletrobras). Pelo acordo entre as partes, todo mês a estatal elétrica deposita, numa conta de pagamentos, os valores devidos à Petrobras (pelo gás) e à Cigás (pelas margens de distribuição, incluindo os tributos).

Em meio a atrasos nos repasses da Amazonas Energia, no passado, a distribuidora de gás conseguiu, na Justiça, bloquear a conta, sob alegação de que estaria exposta ao risco de ter de pagar os impostos em nome da subsidiária da Eletrobras e que precisava, portanto, garantir uma fonte de recursos para quitar eventuais cobranças. A Petrobras defende o direito de resgatar R$ 558 milhões – R$ 609 milhões, em valores atualizados – relativos ao suprimento de gás entre 2013 e 2015. Já a Cigás entende ter o direito de recolher R$ 464 milhões da conta sub judice.

Governador do DF lança projeto de iluminação e defende privatização da CEB

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), lançou, ontem (08/10), um projeto de iluminação pública em Sobradinho (instalação de 1.958 lâmpadas de LED), cidade satélite de Brasília. No evento de lançamento, ele aproveitou para defender novamente a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB), avaliando ser uma medida de interesse dos moradores do Distrito Federal.

“A privatização da CEB se faz mais do que necessária. Não podemos beneficiar 300 servidores e prejudicar uma população de 3 milhões de pessoas. Em primeiro lugar, está a população”, afirmou. Ibaneis defendeu que a venda da estatal é essencial para continuar realizando investimentos na cidade. (Correio Braziliense)

PANORAMA DA MÍDIA

O jornal O Globo destaca que o auxílio emergencial e a queda de renda das famílias de classe média alta fizeram a população no meio da pirâmide de renda, a chamada classe C, chegar ao seu maior patamar histórico. Segundo estudo do economista Marcelo Neri, diretor da Fundação Getúlio Vargas Social (FGV Social), chegou a 63% da população, ou 133,5 milhões de pessoas. Em 2014, a classe C alcançou 55,10% da população brasileira.

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O jornal O Estado de S. Paulo informa que o auxílio emergencial e as mudanças nos hábitos de consumo provocadas pela pandemia criaram uma espécie de bolha de crescimento dentro da crise econômica na qual o país mergulhou. O varejo registrou em agosto seu quarto crescimento consecutivo – desta vez, de 3,4% em relação a julho. Com isso, o setor superou em 8,2% o patamar de fevereiro, antes da chegada da covid-19 e alcanço o maior volume de vendas de toda a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em janeiro de 2000.

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Na última pesquisa Datafolha antes do horário eleitoral, o candidato Celso Russomanno (Republicanos) manteve a liderança sobre Bruno Covas (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, mas sua rejeição está em alta e a corrida, mais acirrada, destaca a Folha de S. Paulo em sua edição desta sexta-feira (09/10).

Na disputa pelo terceiro lugar, Guilherme Boulos (PSOL) começou a se descolar de Márcio França (PSB), reduzindo sua distância para Covas, enquanto outros nomes estão empatados no pelotão inferior a 3% de intenção de votos.

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Maior empresa de software do país, a Totvs ofereceu R$ 6,1 bilhões pela compra da Linx, empresa que domina o segmento de softwares de gestão de varejo no país. Pouco depois, a rival Stone elevou sua oferta a R$ 6,28 bilhões. A disputa comercial entre as duas companhias é o principal destaque de hoje (09/10) do Valor Econômico.

O comitê independente da Linx comunicou que analisaria apenas a proposta da Stone e agendou, para 17 de novembro, assembleia de acionistas para a tomada de decisão. Uma das alegações é que a documentação entregue pela Totvs não atende a exigências da SEC, que corresponde à CVM dos EUA, onde a ação da Linx é listada.

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