A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) lançou hoje um simulador simplificado dos efeitos do PLD horário, que entrará em vigor em janeiro de 2021. A ferramenta tem a finalidade de auxiliar os agentes a simular a implementação do preço horário e comparar com os preços atuais, que são calculados semanalmente por semana patamar.
Ela permite colocar dados do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) para que os agentes possam analisar os impactos nos preços, a fim de se prepararem para a mudança na precificação que começará a valer ano que vem.
A ferramenta foi demonstrada nesta quinta-feira, 15 de outubro, durante o encontro mensal do PLD horário promovido pela CCEE, no qual a entidade apresenta as atualizações do modelo e tira dúvida dos agentes.
O simulador simplificado lançado hoje era esperado pelos agentes por permitir que rodem os preços de forma rápida ou mais completa, com informações detalhadas. Até então, as próprias comercializadoras e consultorias vinham desenvolvendo suas próprias ferramentas para simular os efeitos dos preços horários.
As premissas adotadas pela ferramenta incluem dados de entrada, como consumo, geração e contratos, por submercados, o fluxo do MRE, inserido de forma manual, e a base de dados previamente disponibilizada com informações de preços e valores de encargos. Essa base de dados conta com o horizonte de 1º de janeiro de 2019 até 31 de julho de 2020.
Segundo a CCEE, os perfis de modulação disponibilizados foram construídos a partir da média de consumo e geração em cada hora de um dia típico para os diferentes segmentos de consumo e geração.
Durante a apresentação, os técnicos da CCEE também explicaram as variações de preços e encargos registradas no último mês. O PLD horário continua com a tendência de acompanhar o preço semanal, utilizado hoje, mas comportando variações horárias quando há pico de demanda ou excesso de oferta, e também reflete com maior exatidão quando os limites de intercâmbio entre um submercado e outro são atingidos.
Essas diferenças acabam se refletindo nos encargos. Em 2020, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já está operando com base no Custo Marginal da Operação (CMO) semi-horário calculado a partir do Dessem, ainda que o PLD esteja aplicado semanalmente.
Entre janeiro e agosto de 2020, os encargos cobrados dos consumidores somaram R$ 350,3 milhões, muito abaixo do volume dos três anos anteriores, em que ficaram acima de R$ 1 bilhão. Em 2019, os encargos acumulados no período somaram R$ 1,3 bilhão. Em 2018, somaram R$ 1,8 bilhão.
As oscilações de carga do sistema e variações de hidrologia também interferem nos encargos, mas o CMO semi-horário permite, por exemplo, que as usinas do sistema sejam melhores representadas no sistema. Assim, o ONS pode optar por despachar uma termelétrica com Custo Variável Unitário (CVU) mais alto, mas que possa atender as necessidades de carga no pico por duas ou três horas, sem a necessidade de despachar uma usina com CVU mais baixo mas que tenha uma rampa mais longa e que acabe acionada em excesso.