O Bank of America iniciou a cobertura das ações da Eletrobras, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 47 para as ordinárias e de R$ 51 para as preferenciais classe B, potenciais de alta de 49,2% e 61,1%, respectivamente, em relação aos fechamentos de 15 de outubro.
As recomendações não consideram a privatização da estatal, cenário que destravaria mais 18% de ganho em valor presente líquido para a companhia, segundo os analistas Arthur Pereira e Murilo Freiberger.
Segundo os analistas, a Eletrobras é uma boa oportunidade de investimento, pois tem uma geração operacional de fluxo de caixa previsível com retornos atrativos.
O cenário base do BofA não considera a privatização, mas assume que as iniciativas implementadas desde 2016 para melhorar a eficiência da estatal seguirão em curso. Os analistas enxergam espaço para redução adicional de cerca de 50% nas despesas operacionais e com pessoal, material, serviços e outros (PMSO), algo equivalente a R$ 3 bilhões por ano.
A redução de endividamento da companhia também é chave para destravar valor. O valor de equity da Eletrobras têm sido pressionado por sua alavancagem, depois que a relação entre dívida líquida e Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a 8,5 vezes em 2016.
No entanto, a administração atual da companhia tem conseguido reduzir a alavancagem para algo em torno de 2 vezes atualmente.
Os principais riscos para a previsibilidade da geração de fluxo de caixa operacional da companhia vêm do seu balanço, uma vez que a Eletrobras tem cerca de R$ 24 bilhões em contingências que podem chegar a R$ 35 bilhões no caso de desfechos desfavoráveis do processo dos empréstimos compulsórios.
A privatização pode afetar a previsibilidade de geração de fluxo de caixa, já que as usinas hoje em regime de cotas seriam “descotizadas”, mas o cenário seria positivo por reduzir os riscos de interferência política e permitir ganhos de eficiência e redução do custo de capital.