O site do Valor Econômico traz hoje (17/10) uma entrevista com o banqueiro Ronaldo Cezar Coelho, principal investidor privado da Light. Ele afirma que chegou para ficar “pelo menos por dez anos” como sócio da companhia. Por meio do fundo de investimentos Samambaia, da família, o ex-deputado federal se tornou, este ano, dono de cerca de 20% da elétrica fluminense – atrás apenas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), acionista que detém 22,5%.
Na entrevista ao Valor, Cezar Coelho conta que se posicionará como um “investidor ativo” naquilo que ele aposta ser o momento de virada da empresa. A expectativa é que a saída iminente da estatal mineira do capital da Light consolide a empresa do Rio de Janeiro como uma companhia privada de controle pulverizado.
Coelho disse ainda que confia na chegada de um novo sócio estratégico, alinhado com as novas ambições dele para a Light. “Terei um acionista estratégico na empresa que vai me dar muita segurança. Terei um sócio estratégico comigo da maior qualidade, da maior representatividade.”. Ele conta que a chegada do novo sócio não precisa ocorrer, necessariamente, no momento da oferta das ações da Cemig na Light e pode vir até antes. E descarta que o novo investidor seja a Energisa, onde o fundo Samambaia detém 18,5% do capital.
Raízen inaugura usina de biogás em Guariba (SP)
A Raízen, principal grupo sucroenergético do país, inaugurou ontem (16/10) a maior usina de biogás com produção a partir de derivados da cana-de açúcar do mundo. Instalada na usina Bonfim, em Guariba, no interior de São Paulo, a planta vai produzir o biogás por meio de vinhaça e torta de filtro, dois subprodutos da cana, informa a Folha de S. Paulo.
O projeto da planta foi iniciado em agosto de 2018 para diversificar o portfólio do grupo, que já incluía a produção de etanol de primeira e segunda geração e cogeração de energia elétrica.
A usina tem capacidade para produzir 138 mil MWh por ano, o suficiente para abastecer uma cidade como Araraquara, de 238 mil habitantes. O plano é atingir essa capacidade na próxima safra de cana. A planta é fruto de uma joint venture entre o grupo Raízen e a Geo Energética, que já opera uma usina no Paraná.
PANORAMA DA MÍDIA
Com a dificuldade do governo em cortar recursos para acomodar o programa Renda Cidadã no Orçamento, congressistas têm defendido a extensão por três meses do decreto de calamidade pública. O prazo vence em 31 de dezembro, informa a Folha de S. Paulo.
De acordo com a reportagem, a prorrogação serviria para alongar o auxílio emergencial de R$ 300, além de dar mais tempo para a criação do Renda Cidadã – possível substituto do Bolsa Família. O ministro Paulo Guedes (Economia) disse ser contrário à proposta.
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A principal reportagem da edição deste sábado (17/10) do jornal O Globo descreve a ação da força-tarefa da polícia fluminense contra a milícia no Rio. Às margens de uma pequena saída da Rio-Santos, em Itaguaí, 25 homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) posicionados para um ataque. Passando em velocidade moderada pela pista esburacada, um comboio de 12 criminosos, divididos em quatro carros.
Após a reação à bala de um dos bandidos, estopim para um intenso tiroteio, a emboscada dos agentes da força-tarefa terminou não só com a morte de todos os ocupantes dos veículos como aplacou (em parte) uma preocupação imediata do estado: frear uma milícia que tenta estender por toda a Costa Verde um domínio que já consolidou na Zona Oeste e em cidades da Baixada Fluminense.
A explosão de violência, segundo autoridades, foi justificada. Em uma entrevista coletiva, delegados apresentaram o pesado armamento apreendido com o bando e descreveram o perfil de seus integrantes – os 12 tinham anotações criminais, sendo que três eram alvos de 18 mandados de prisão.
De acordo com investigações, a milícia vem tomando territórios em Mangaratiba, Angra dos Reis e localidades vizinhas, sempre usando como rota o local onde houve o confronto. A reportagem informa que a PRF e a Receita Federal detectaram que o Porto de Itaguaí está sendo usado pela milícia para esquemas milionários de contrabando.
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O jornal O Estado de S. Paulo segue acompanhando desdobramentos da libertação do traficante André do Rap pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a reportagem, a decisão do ministro Marco Aurélio Mello não serviu apenas para expor a falta de entendimento dos ministros sobre a manutenção da prisão preventiva de criminosos já condenados. O caso jogou luz em outra prática que vinha sendo adotada por advogados de defesa de alguns condenados: a apresentação de diversos habeas corpus, até conseguir que a ação caísse nas mãos do ministro que mais lhes agradasse.
O jornal informa que a manobra já era de conhecimento dos ministros, mas somente agora foi questionada publicamente. No fim da sessão de anteontem, que definiu, por nove votos a um, que a prisão do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) deveria ser mantida, o presidente da Corte, Luiz Fux, publicou uma resolução sobre o assunto, com o objetivo de evitar tentativas de transformar o processo de escolha em uma “ciranda” de relatores do STF.