Distribuição

Oliveira Energia prepara mudança na gestão das distribuidoras do Amazonas e Roraima

Oliveira Energia prepara mudança na gestão das distribuidoras do Amazonas e Roraima

A Oliveira Energia está concluindo a aquisição da participação da distribuidora de combustíveis Atem no capital social das distribuidoras Amazonas Energia e Roraima Energia. A intenção é, ao fim do processo, instalar conselhos de notáveis e montar diretorias “de primeira linha” nas empresas, segundo fontes ouvidas pela MegaWhat.

Nos últimos dias, diretores da Amazonas Energia – com desempenhos elogiados no mercado – apresentaram suas renúncias, se antecipando às mudanças que o controlador pretende fazer. Saíram Tarcisio Esfefano Rosa, então presidente, e Celso Sant’Anna, diretor financeiro. Ambos estavam nos cargos desde 2017, e passaram pelos processos de desverticalização (separação das atividades de geração e distribuição da empresa), operação designada pela Eletrobras e posterior privatização.

A operação já foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e depende ainda de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser finalizada. A expectativa é que não tenham problemas para isso, já que não se trata de alteração do controle das concessionárias, e sim compra de uma participação minoritária pelo sócio.

Até o momento, a Oliveira Energia tem 55,17% da Roraima e 54,64% da Amazonas. A Atem tem, respectivamente, 36,79% da Roraima e 36,43% da Amazonas. O restante das ações está nas mãos de empregados e aposentados das duas distribuidoras.

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Segundo documento da Aneel, ao qual a MegaWhat teve acesso, a Aneel não viu necessidade de anuência para a operação, já que a Oliveira Energia vai continuar exercendo papel de controladora em ambas as concessionárias de distribuição de energia. 

As duas distribuidoras, consideradas ativos desafiadores, foram arrematadas em leilões de privatização realizados pela Eletrobras em 2018, no contexto da saída da estatal do segmento de distribuição. Na época, quem adquiriu as empresas foi um consórcio formado pela Atem, distribuidora de combustíveis com atuação no Norte do país, e pela Oliveira Energia, especializada em geração termelétrica nos Sistemas Isolados no Amazonas e em Roraima.

Com a saída de Rosa e Sant’Anna da Amazonas, o conselho da companhia deve colocar um dos demais diretores no comando de forma interina. Na Roraima, a presidência já é exercida por Orsine Oliveira, dono da Oliveira Energia. 

A ideia do controlador, com a mudança, é avançar na nova cultura das distribuidoras, com o chamado “choque de gestão”.

Os problemas considerados mais urgentes das duas distribuidoras têm sido superados desde o ano passado, quando foram concluídas as transferências de controle, como a negociação do acordo de repactuação da dívida entre a Amazonas Energia e a Petrobras e a minimização dos impactos do atraso do linhão que vai conectar Boa Vista a Manaus. As empresas, contudo, ainda tem um longo caminho pela frente na recuperação dos indicadores de qualidade, redução de perdas, ganhos de eficiência e redução de custos.

Neste ano, as distribuidoras conseguiram acessar os recursos da Conta-Covid, e o próximo passo é obter um “waiver” sobre o cumprimento das exigências do contrato de concessão devido aos efeitos da pandemia. Quando as empresas foram privatizadas, ganharam cinco anos para adequar os indicadores de qualidade, mas elas devem pedir ao regulador que alongue o período, uma vez que os impactos da covid-19 na redução de consumo de energia foram relevantes ao longo de 2020 e devem atrasar o cumprimento das metas. 

A MegaWhat procurou a Oliveira Energia e a Atem, mas as empresas disseram que não iriam se manifestar. Há confidencialidade nos contratos até que o Cade dê o aval à operação. A Amazonas Energia e a Roraima Energia não responderam até a publicação desta reportagem. 

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