O aumento de cerca de 3,6% da previsão de produção de petróleo da Petrobras em 2020, passando para 2,28 milhões de barris diários, com variação de 1,5% para cima ou para baixo, divulgado pela empresa na terça-feira, 20 de outubro, está em linha com a expectativa do mercado. Para o quarto trimestre, porém, a previsão de analistas é de uma queda da produção, ante o trimestre.
O Credit Suisse, por exemplo, estima uma queda da produção de óleo da Petrobras no quarto trimestre de 7%, ante o período de julho a setembro, totalizando 2,19 milhões de barris diários. A previsão de redução, explicou a casa de análise em relatório sobre o tema, deve-se à expectativa de paradas para manutenção de plataformas programadas o período.
O banco também ressaltou que, especificamente com relação a setembro, a produção da Petrobras recuou 6%, ante o mês anterior. Segundo o Credit Suisse, porém, essa retração é um efeito temporário e não representa perda permanente da capacidade de produção da estatal.
Para um analista de outro banco que acompanha a empresa, a revisão da estimativa já era esperada. Caso não houvesse esse ajuste na curva, a estimativa de queda de produção no quarto trimestre teria que seria ainda maior, de quase 20%.
Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), concorda que a revisão da previsão de produção de petróleo da Petrobras em 2020 já era aguardada. Segundo ele, porém, o destaque do crescimento da produção da empresa deve-se à estratégia comercial da companhia, focada na ampliação de mercado para o petróleo leve produzido no pré-sal.
Conforme comentado pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em webinário promovido pela MegaWhat em julho, a estratégia da companhia é aumentar a produção e a venda de óleo dos maiores campos no pré-sal, devido à elevada produtividade e ao ganho de escala da região.
A produção total de óleo e gás da Petrobras no terceiro trimestre alcançou 2,952 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) por dia, com crescimento de 5,4% ante igual período do ano passado. O aumento é justificado por uma produção maior de petróleo leve em campos do pré-sal, com destaque para Búzios, na Bacia de Santos, em detrimento a uma queda na extração terrestre e em áreas de águas rasas.
“A Petrobras tem encontrado um mercado maior para o óleo leve”, afirmou Rodrigues à MegaWhat.
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