Em análise dos resultados na Neoenergia no terceiro trimestre de 2020, o Valor Econômico informa que a companhia elétrica se beneficiou do retorno dos cortes de energia elétrica de consumidores inadimplentes. A empresa realizou 318 mil suspensões de fornecimento por não pagamento entre julho e setembro.
“A arrecadação de todas as classes voltou ao patamar histórico, incluindo os clientes de baixa renda. Nossas quatro distribuidoras demonstraram aumento de arrecadação, fruto das ações de cobrança e da volta dos cortes de energia”, afirmou ontem (22/10) o diretor financeiro da companhia, Leonardo Gadelha, em teleconferência com analistas.
Ao todo, a pandemia teve um impacto de R$ 333 milhões nas distribuidoras do grupo até o fim de setembro, dos quais R$ 36 milhões entre julho e setembro. Mas o presidente da Neoenergia, Mário Ruiz-Tagle, diz que o clima agora é de recuperação. “Os resultados do terceiro trimestre já nos trazem a confiança de que a retomada da atividade econômica traz uma certa normalidade e que o pior da crise está ficando para trás”, disse.
A reportagem destaca que a falta de pagamento das contas de luz foi um dos principais fatores que afetaram as distribuidoras de energia nos últimos meses. Entre março e agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu os cortes de fornecimento de consumidores inadimplentes, em função da pandemia de covid-19 e da quarentena.
Após vender Carcará e Manati, Enauta quer recompor portfólio com aquisições
O Valor Econômico traz hoje (22/10) uma entrevista com o novo presidente da Enauta, Décio Oddone, que assumiu a companhia em setembro com a missão de recompor o portfólio da petroleira. Depois de vender suas fatias nos projetos de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, em 2017, e Manati, na Bacia Camamu Almada, a empresa vai atrás de aquisições e cogita ampliar o escopo de atuação para campos maduros. O foco da empresa, nos últimos anos, era em projetos de produção em águas profundas.
“Vamos nos empenhar na identificação de oportunidades de aquisição. De forma ampla, [buscamos] projetos de produção, campo maduro, preferencialmente como operador, mas sem restrição de ambiente. Pode ser em terra, águas rasas, águas profundas. Tínhamos um foco maior em águas profundas no passado que estamos ampliando”, afirmou Oddone.
Segundo ele, a Enauta manterá o foco em robustez financeira e resiliência. A visão da companhia é se consolidar como uma petroleira de destaque no Brasil. “Não temos metas numéricas de produção… Nosso objetivo não é volume, é rentabilidade”, comentou.
PANORAMA DA MÍDIA
Menos de 24 horas após o Ministério da Saúde anunciar a intenção de adquirir 46 milhões de doses da Coronavac, vacina que o laboratório chinês Sinovac Biotech está testando no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro Eduardo Pazuello e afirmou na manhã de ontem (21/10) que o imunizante contra o novo coronavírus “não será comprado” pelo governo federal.
A notícia é o principal destaque nos jornais de hoje. O jornal O Globo informa que o anúncio feito pelo presidente escancarou a politização de mais um tema crucial no enfrentamento à pandemia e gerou incerteza sobre a distribuição da vacina. A assinatura de um protocolo de intenções para adquirir as doses foi anunciada anteontem pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após uma reunião de 24 chefes de executivos estaduais com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
O jornal O Estado de S. Paulo destaca que o presidente Bolsonaro recuou da decisão de comprar a Coronavac por pressão de sua base ideológica nas redes sociais, incomodada com o fato de o imunizante ter sido desenvolvido por um laboratório chinês e pelo fato de o governador João Dória ser adversário político do presidente na disputa eleitoral de 2022.
A reportagem do Estadão ressalta ainda que a Coronavac está na fase 3 dos testes clínicos, os mais avançados em humanos. Segundo dados apresentados esta semana, teve os melhores resultados de segurança entre imunizantes em teste. Os dados de eficácia devem sair até dezembro.
A Folha de S. Paulo lembra que, um dia antes do recuo do presidente Bolsonaro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se referira à vacina como “a vacina do Brasil”.
*****
O Valor Econômico informa que o aumento da competição entre bancos tradicionais e digitais, a chegada do Pix (o novo sistema de pagamento criado pelo Banco Central) e os juros baixos acirraram a disputa pelos clientes de baixa renda. Dona da maior escala nesse segmento, a Caixa começa a buscar novas formas de rentabilizar esse público com produtos como microcrédito e microsseguros.