Geração

Valora Investimentos negocia dois FIDCs para projetos de GD

A gestora de recursos Valora Investimentos está trabalhando na estruturação de dois fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) voltados para empreendimentos de geração distribuída (GD). Segundo Carlos Sartori, sócio da gestora, essa modalidade de financiamento para projetos de GD é uma tendência em crescimento no setor elétrico.

“Esse é um mercado que já existe, que vem ganhando corpo há um ou dois anos”, disse o executivo à MegaWhat, explicando que o FIDC tem sido uma forma de o mercado de capitais financiar empreendimentos de GD.

Na prática, o FIDC antecipa recebíveis do projeto para serem investidos no negócio. O fundo pode participar do financiamento de compra de painéis solares, montagem de parque, contratos de locação de máquinas e equipamentos, contratos de venda de energia, entre outros.

“O FIDC antecipa os recursos para a geradora ou comercializadora [responsável pelo projeto]. E o FIDC receberá as quantias no futuro”, explicou ele.

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Segundo Sartori, o FIDC é uma ferramenta que faz sentido quando o contratante tem um conjunto de clientes que vão gerar os recebíveis para o projeto. Este é o caso, por exemplo, de fazendas solares que estão sendo implantadas para atender um grupo de consumidores, no âmbito da regulação relativa à GD.

Para o executivo, o FIDC proporciona melhor gestão do capital de giro, isenção de IOF, segurança, agilidade nas operações e acesso ao mercado de capitais como fonte de financiamento alternativa. Segundo ele, para o investidor, os retornos são atrativos, podendo variar de CDI+3% a CDI+8%, a depender da estrutura.

Para Rodolfo Pinto, diretor e sócio da Araxá Solar, o FIDC pode ser uma alternativa. Mas a companhia ainda não testou essa opção. A empresa planeja investir R$ 450 milhões na construção de projetos de GD totalizando 150 megawatts (MW) até o fim de 2022. O objetivo é implantar dois pilotos do tipo, somando 5 MW, no primeiro semestre do próximo ano.

Para esse primeiro plano de negócios, a Araxá Solar pretende investir com recursos próprios e buscar um potencial sócio estratégico. Em um segundo momento, a ideia é negociar com “family offices” e contratar dívidas bancárias.

Subsidiária da construtora Seta Engenharia, a Araxá Solar foi criada em 2012 e vendeu metade de seu negócio em GD para a Engie em 2016 e o restante em 2018. Pelo acordo, a companhia estava impedida de investir no setor por um período de dois anos. Com o fim desse prazo, a empresa planeja reconstruir um portfólio no segmento.

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