O parceiro internacional que concluirá as obras da usina nuclear de Angra 3 deverá ser definido até janeiro de 2021, afirmou nesta terça-feira, 27 de outubro, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele lembrou que o parceiro será contratado como prestador de serviços na forma de EPC (sigla em inglês para engenharia, suprimentos e construção) por meio de uma chamada internacional que está em elaboração pelo governo, com o apoio do BNDES.
“Acredito que, em janeiro de 2021, já tenhamos o parceiro que concluirá Angra 3”, disse Albuquerque, que participou de evento online promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB).
Segundo o ministro, enquanto não há a definição sobre o parceiro internacional, os investimentos na construção da terceira usina nuclear brasileira continuam em andamento. “A Eletrobras está aportando recursos para que a obra tenha a sua continuidade”, completou.
Na última semana, os acionistas da Eletrobras aprovaram aumento de capital social da Eletronuclear no valor de R$ 1,88 bilhão, mediante conversão de créditos de adiantamentos para futuro aumento de capital (AFAC), no valor de R$ 850 milhões, e na conversão de créditos de financiamento no valor de R$ 1,035 bilhão, ambos pertencentes à Eletrobras. Os recursos são destinados à realização de obras civis do empreendimento.
Ele destacou que o Plano Nacional de Energia (PNE) prevê até 10 gigawatts (GW) de capacidade instalada de novas usinas nucleares no Brasil até 2050. “Isso vai evidentemente depender muito das parcerias que vamos firmar no futuro”, explicou. “Angra 3 será um modelo de referência para isso”.
Questionado sobre o projeto de capitalização e privatização da Eletrobras, o ministro disse que a medida não se trata de uma questão de intenção do governo, e sim uma necessidade. “Ela [Eletrobras] já perdeu há algum tempo sua capacidade de investimento”, completou.
