Sustentabilidade

Eólica pode liderar transição energética do Acordo Europeu, mas pede sinalização regulatória

O interesse de investimentos em energias renováveis caminha de encontro ao Acordo Verde Europeu e gera uma corrida para que os países fora do continente também se adequem a um processo de transição energética. Isso tem acontecido porque fundos de investimentos e empresas têm direcionado seus recursos para projetos nesse formato, promovendo uma competição pelos aportes.

E esse movimento pode afetar projetos de geração no Brasil se não fizermos “o nosso dever de casa”, como disse Gabriel Luaces, CEO da CGN Brasil Energia, durante debate do Brasil Wind Fórum, realizado nesta terça-feira, 27 de outubro.

Mesmo com grandes empresas geradoras do setor eólico instaladas no país, “em geral todos dependemos de financiadores internacionais”, disse Luaces.

Por isso, o dever de casa seria avançar em questões regulatórias que tiram a atratividade dos projetos brasileiros e os afastam de concorrências internacionais. Entre os problemas listados estão os atrasos nas regulamentações do constrained off, de usinas híbridas e de eólicas offshore.

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Gustavo Ribeiro, CEO da Ibitu Energia, concordou sobre os pontos regulatórios levantados por Luaces e complementou que um modelo de precificação do carbono pode ser uma alavanca para destravamento de investimento, fazendo com que os investidores se sintam mais confortáveis.

“Se você tem o incentivo e a regulação, o investidor vai investir nisso. Temos dois caminhos: como executivos, de apoiar os reguladores para mostrar como atrair capital verde, e nós também temos um papel extremamente relevante de gerar valor onde nós estamos. Estamos cumprindo obrigações de licenciamento ambiental ou indo além”, disse Gustavo Ribeiro

O ir além, segundo Ribeiro é promover outras melhorias nas comunidades afetada e que não constam nas obrigações de licenciamento ambiental. Entre elas, o executivo destacou que a Ibitu Energia tem procurado investir em projetos educacionais nas áreas próximas aos projetos.

“O green building vai além do meio ambiente, ele olha a economia circular, a descarbonização, a prosperidade, a geração de valor”, completou o executivo.

Jon Cortazar, chefe global de Relações Públicas da Siemens Gamesa, também complementou os dois painelistas inserindo na preparação regulatória brasileira os contratos de compra e venda de energia (PPAs) no longo prazo e a estabilidade de preços.

“Um dos principais pilares do acordo europeu é acelerar essa transição e os fundos dizem que os projetos (que receberão investimentos) precisam estar com comprometimento antes de 2025. Tempo que agir agora”, disse Cortaza.

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