O gás natural produzido no Brasil precisará ser competitivo em relação ao gás natural liquefeito (GNL) importado para ganhar espaço no mercado doméstico, afirmou o presidente da Enauta e ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone. Segundo ele, este fator é importante para a discussão em curso no Congresso sobre a abertura do mercado de gás natural brasileiro.
“Minha visão para o mercado de gás no futuro é a competição. O gás doméstico terá que ser competitivo frente a alternativa. E a alternativa é o GNL”, disse Oddone, em evento online promovido pelo escritório Tauil & Chequer Advogados, em parceria com a Brazil-Texas Chamber of Commerce (BRATECC), nesta terça-feira, 28 de outubro.
Oddone lembrou que historicamente o preço do gás natural no Brasil era atrelado à variação do preço do petróleo. A oferta de GNL, que é uma commodity, nos portos brasileiros, porém, vai modificar a lógica do mercado. “O gás boliviano, o gás do pré-sal e o gás onshore [terrestre] vão competir com o GNL nos portos brasileiros”, explicou. “E isso será fundamental para o mercado”.
Com relação à discussão sobre a Nova Lei do Gás, no Senado, Oddone afirmou que o país deve ter em mente o senso de urgência para desenvolver o mercado.
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