O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou investimentos da ordem de R$ 15,5 bilhões nos próximos anos para a retomada do setor nuclear. A estimativa engloba a retomada das obras de Angra 3, a construção de até oito novas usinas nucleares até 2050 e a ampliação da exportação de urânio/yellow cake para 1,5 toneladas/ano.
As perspectivas para a energia nuclear foram apresentadas nesta quarta-feira, 28 de outubro, durante o XI Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN) 2020. De acordo com o ministro, as ações contam com o apoio irrestrito do presidente Jair Bolsonaro, “que identifica o desenvolvimento do setor nuclear como uma prioridade para a sua gestão”.
O ministro também reforçou a aceleração, construção e operação de Angra 3 e a retomada de Caetité, que juntas devem gerar 4,5 mil novos empregos. Além disso, o ministro reafirmou que o desenvolvimento do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, recomendar ampliação da geração nuclear em até 10 GW, em 30 anos.
Entre os desafios enfrentados pelo setor, foram elencados: o aprimoramento da legislação com vistas a atrair investimentos privados, inclusive na mineração de urânio; a conclusão das obras de Angra 3, até 2026; estender a vida útil para operação de Angra 1 por mais 20 anos e a retomada da mineração de urânio.
Ele também abordou outras ações que serão relevantes na retomada do setor nuclear, como a implantação do repositório nacional para rejeitos de baixa e média intensidades, a construção do RMB, a conclusão do Labgene e o estabelecimento de uma cadeia produtiva para o setor, que integre empresas, laboratórios e indústria, aproveitando a relativa proximidade física dessas unidades.
A busca pela autossuficiência na fabricação de combustível nuclear é outra meta a ser atingida, assim como a estruturação da indústria nuclear com a transformação da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A (NUCLEP), em empresas públicas.
Bento Albuquerque ainda reforçou que “o governo brasileiro está avançando no exame com vistas à adesão à Convenção sobre Compensação por Dano Nuclear, tendo em vista a revisão da convenção, em 2021. De toda forma, na prática, as determinações da convenção já vêm sendo implementadas pelo governo brasileiro”.