Política Energética

Não há sinalização para reduzir despacho termelétrico, diz ONS

Para poupar os reservatórios da região Sul e Sudeste que estão entre os piores níveis registrados na série histórica, desde o dia 17 de outubro o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS) tem despachado termelétricas fora da ordem de mérito. Com isso, o despacho da geração térmica, e mais cara, soma pouco mais de 17 GW médios.

O despacho foi autorizado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e deve durar entre o final de outubro e começo de novembro, quando é esperado o início da estação chuvosa. Até que isso aconteça, o CMSE tem avaliado semanalmente, dentro do grupo especial, as condições de suprimento energético.

Segundo o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, hoje estão sendo importados da Argentina cerca de 1 GW médio, a depender da hora, e o despacho termelétrico, com e sem ordem de mérito, está na casa dos 17 GW médios. Ele conversou com jornalistas após moderar painel no Brazil Wind Power desta quinta-feira, 29 de outubro.

“Estávamos despachando entre 7.000 a 9.000 MW médios. Vínhamos com um patamar bastante inferior ao que foi praticado no ano passado, que foi algo por volta de 14.000 a 15.000 MW médios. Agora, com o aumento da temperatura, principalmente no Sudeste, em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que registraram recordes de energia, e com a previsão do tempo que iniciamos o pior outubro de toda a série histórica desde 1931,do ponto de vista do Sul, e o segundo ou terceiro pior outubro no Sudeste, isso motivou a esse despacho, praticamente no mesmo patamar que no ano passado”, relatou Ciocchi.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

Para atender a esse aumento do despacho o diretor declarou que o suprimento de gás natural para atendimento das termelétricas estão “praticamente todos regularizados”. Ainda, segundo Ciocchi, devemos olhar a medida pelo seu lado positivo, que é a do setor elétrico preocupado com o uso múltiplo das águas e o caráter do despacho ser preventivo.

“Não há nenhuma sinalização de mudança. Acho que vamos continuar assim e do ponto de vista de segurança, acho que que a gente deve esperar realmente a estação chuvosa chegar. Ela chega, não é de imediato, essa água tem que ser absorvida, gerar vasão e aí sim nós estaremos numa situação boa e a gente pode arrefecer um pouco o despacho de térmicas”, disse o diretor-geral do ONS.

Matéria bloqueada. Assine para ler!
Escolha uma opção de assinatura.