(Com Rodrigo Polito)
A ISA CTEEP confirmou que pretende participar do próximo leilão de linhas de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), marcado para 17 de dezembro. A estratégia da companhia é se concentrar em alguns lotes que tenham potencial de sinergia com os ativos atuais do grupo e, portanto, aumentam a competitividade da empresa no certame.
“Estamos fazendo estudos sobre os lotes em que a companhia acredita ter sinergia e competitividade”, disse o presidente da ISA CTEEP, Rui Chammas, em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado da transmissora no terceiro trimestre, nesta sexta-feira, 30 de outubro. “Temos objetivo de conquistar lotes que tragam crescimento rentável e sustentável para a companhia”.
Questionado sobre as mudanças implementadas pela Aneel para o próximo leilão, entre elas a impossibilidade de venda de transferência do controle do lote arrematado antes de ele ser construído, Chammas disse que a medida pode afastar investidores financeiros. “Mas não acredito que os investidores estratégicos estarão ausentes”, completou.
O leilão vai ofertar 11 lotes, com um total de 1.958 km de novas linhas de transmissão e 6.420 MVA em capacidade de transformação. A Aneel estima que os empreendimentos vão demandar investimentos de R$ 7,4 bilhões e gerar 15.434 empregos diretos.
A ISA CTEEP obteve lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 495,7 milhões no terceiro trimestre do ano, aumento de 12,8% em comparação com o resultado obtido no mesmo trimestre do ano passado. Esse é o resultado calculado de acordo com as normais contábeis internacionais (IFRS), que considera, por exemplo, que as receitas referentes aos investimentos realizados ao longo da concessão como ativos contratuais.
Segundo a companhia, os resultados regulatórios correspondem com maior exatidão à realidade do trimestre. No regulatório, os investimentos são tratados como ativo imobilizado, depreciados considerando sua vida útil. A Receita Anual Permitida (RAP) dos empreendimentos é considerada conforme o faturamento, no prazo de concessão.
O lucro regulatório foi de R$ 400,6 milhões no trimestre, queda de 2,4% em relação ao ganho de R$ 410,3 milhões registrado no terceiro trimestre de 2019.
A receita operacional líquida IFRS somou R$ 1,07 bilhão milhões, aumento de 45,4%. A receita líquida regulatória subiu 24,7%, para R$ 821,3 milhões.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que não é calculado no IFRS, somou R$ 668,8 milhões, aumento de 31,1%.
Segundo a companhia, o resultado foi afetado pelo reajuste da RAP para o ciclo 2020/2021, em julho deste ano, em função da contabilização da Parcela de Ajuste no trimestre e do novo fluxo de recebimento das indenizações por ativos antigos de transmissão ainda não amortizados e renovados nos termos da Lei 12.783/2013.
Dividendos
A ISA CTEEP também informou ontem, 29 de outubro, que seu conselho de administração deliberou pela distribuição de R$ 344 milhões em dividendos intermediários aos acionistas, correspondentes a R$ 0,522 por ação.
Os recursos serão pagos aos acionistas que constarem na base de 4 de novembro.
Neste ano, a geração de caixa da companhia já permitiu o pagamento de R$ 594 milhões em proventos, que serão imputados aos dividendos obrigatórios de 2020, e que representam payout de 37% do lucro líquido regulatório acumulado nos nove primeiros meses do ano. A prática da companhia prevê a distribuição de, no mínimo, 75% do lucro líquido regulatório.
Durante a teleconferência, o diretor de Finanças e Relações com Investidores da ISA CTEEP, Alessandro Gregori Filho, destacou que está previsto um novo anúncio relativo a dividendos em dezembro, a serem pagos em janeiro de 2021.