A AES Tietê registrou lucro líquido de R$ 51,1 milhões no segundo trimestre de 2020, queda de 47,3% em relação ao resultado obtido no mesmo período do ano passado, de R$ 97,1 milhões.
A última linha do balanço foi afetada, principalmente, pelo resultado financeiro negativo em R$ 184,7 milhões, mais que o dobro do resultado financeiro negativo apurado entre julho e setembro de 2019, de R$ 65,7 milhões, diante de um aumento expressivo das despesas financeiras da companhia por conta da atualização monetária do passivo do GSF, no montante de R$ 101 milhões.
Segundo a companhia, esse cenário será revertido com a possível adesão à solução do GSF, prevista pela Lei 14.052/2020. A AES Tietê tem estimada como compensação pela adesão o montante de R$ 636,3 milhões. A companhia tem hoje R$ 1,19 bilhão provisionado para custear a desistência das liminares do GSF.
A receita operacional líquida ficou praticamente estável, com queda de 0,3%, para R$ 509,4 milhões.
Os custos e despesas operacionais, por sua vez, foram reduzidos em 15,1% no período, para R$ 277,5 milhões. Assim, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 22,3% na comparação trimestral, para R$ 311,7 milhões.
A companhia anunciou ainda a distribuição de R$ 65,1 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,16 por unit de emissão da companhia. O pagamento será realizado em 25 de novembro considerando a base de acionistas de 10 de novembro.
Também foi eleito ontem, em reunião do conselho de administração, Carlos Renato Xavier Pompermaier para a posição de diretor vice-presidente, com a competência de liderar as áreas jurídica, regulatória, compliance e auditoria interna da companhia.
Em relatório, o Credit Suisse classificou o resultado como forte, diante do Ebitda acima das expectativas por conta de melhora na performance de custos e da estratégia de trading de energia.
A melhora no preço médio de venda de energia também foi calculada pelos analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano. Segundo o relatório do banco, as vendas totais da companhia caíram 13,9% no trimestre, mas o preço médio subiu 15,3%, para R$ 150,4/MWh, sinalizando a melhora na estratégia de venda e ajustes em contratos.