A venda da fatia remanescente de 37,5% detida pela Petrobras na BR Distribuidora é uma questão de tempo, afirmou nesta quarta-feira, 11 de novembro, o presidente da distribuidora de combustíveis, Rafael Grisolia. Segundo ele, a medida já foi aprovada pelo conselho de administração da Petrobras, que aguarda apenas o melhor momento do mercado para vender a participação na empresa.
“Quando vai começar [a vender] é uma decisão que está nas mãos da diretoria da Petrobras. Todo o entendimento que temos é que é um ‘timing’ de mercado”, disse o executivo, em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado da BR Distribuidora no terceiro trimestre. “Não é mais uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’”, completou.
No fim de agosto, o conselho de administração da Petrobras aprovou a venda da participação remanescente detida pela petroleira na BR Distribuidora. No entanto, não foi definido um prazo para a venda.
Grisolia também reforçou os planos da BR Distribuidora para formalizar uma parceria com as Lojas Americanas. “Estamos mais próximos de chegar a uma conclusão que possa mostrar ao mercado essa potencial parceria”, explicou o executivo.
O presidente da BR Distribuidora também disse que a companhia já vê sinais de recuperação da economia e dos volumes de vendas de seus combustíveis, após o momento mais crítico da pandemia de covid-19 e das medidas de isolamento social. “Vemos sinais de recuperação. Estamos vendo isso nos volumes que vendemos”, afirmou.
A empresa registrou lucro líquido de R$ 335 milhões entre julho e setembro. O resultado foi 75% menor que o apurado em igual período do ano passado, porém ficou 78,2% acima do apurado no segundo trimestre deste ano, no momento mais crítico da pandemia.
O volume de vendas de combustíveis da companhia alcançou 9,45 milhões de metros cúbicos no terceiro trimestre do ano, com queda de 9,8% ante igual período de 2019 e com alta de 20,8% na comparação com o período entre abril e junho.
Para o Credit Suisse, o resultado da BR Distribuidora no terceiro trimestre veio em linha com o esperado, com destaque para a recuperação do volume de vendas na comparação com o segundo trimestre. Segundo a casa de análise, as vendas de diesel da companhia em setembro e outubro, por exemplo, foram superiores ao projetado pela empresa antes mesmo da deflagração da pandemia.
Segundo o banco suíço, a recuperação dos volumes é explicada tanto pela maior demanda quanto pelos ganhos de participação de mercado. O segmento de aviação, porém, continua sendo o mais afetado pelos efeitos da covid-19, com queda de 58% das vendas no terceiro trimestre, em relação a igual período de 2019. Na comparação com o trimestre exatamente anterior, contudo, houve uma recuperação de 154%.
