O lucro líquido consolidado do grupo Energisa foi de R$ 921,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, demonstrando um grande crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior – mais de 1.600% – quando registrou R$ 53,9 milhões.
Já o Ebitda Ajustado Consolidado foi de R$ 1.354,6 milhão, revelando um aumento de 38,2% em relação ao terceiro trimestre de 2019. A receita operacional líquida, sem receita de construção, por sua vez, atingiu R$ 4.323,1 milhões, aumento de 4,8%.
O grupo também registrou queda nas despesas operacionais controláveis, que somou 515,2 milhões, representando uma queda de 22,8%. Já as despesas operacionais consolidadas, excluindo os custos de construção, no terceiro trimestre de 2020, totalizaram R$ 3.442,9 milhões, uma redução de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já os investimentos da Energisa do trimestre somaram R$ 646,5 milhões, 25,7% a menos do que no período equivalente do ano anterior. A maior parte desse montante, R$ 440,6 milhões, foi aplicada nos ativos elétricos das distribuidoras.
Mercado de energia
O consumo de energia voltou a crescer no terceiro trimestre. Considerando os mercados cativo e livre, o grupo registrou alta de 0,6% (8.935,7 GWh) em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado foi impulsionado pelas classes residencial, rural e industrial que apresentaram crescimentos de 5,9%, 9,7% e 4,1%, respectivamente.
O clima mais quente e seco ajudou a alavancar o consumo residencial, principalmente em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, enquanto o consumo dos clientes rurais nesses estados foi impactado pelas melhores safras de soja e milho. Já a indústria alimentícia e de proteína animal contribuiu para o maior consumo da classe industrial. Os três estados apresentaram os maiores aumentos em volume do trimestre.
Distribuição
As distribuidoras do grupo alcançaram resultados positivos na prestação de serviços aos clientes, apesar dos impactos da pandemia. Segundo o grupo, dez das 11 concessionárias tiveram desempenho melhor do que a meta da Aneel para os indicadores de qualidade em setembro, inclusive alcançando seus melhores resultados históricos.
Com a retomada gradual da economia no terceiro trimestre, bem como da possibilidade de cortes de fornecimento por inadimplência, a reabertura das agências de atendimento e ações para preservar o caixa, a Energisa registrou aumento de 2,5% em novas conexões, totalizando 8 milhões de unidades consumidoras.
As perdas totais chegaram a 13,8% da energia injetada, mesmo nível de junho deste ano e 0,2 ponto percentual acima de setembro passado. O indicador foi afetado pelas restrições relacionadas às ações de contenção da pandemia, como a redução das ações de combate a perdas.
Também impactada pela covid-19, a taxa de inadimplência consolidada dos últimos 12 meses foi de 1,57%, crescimento de 0,35 ponto percentual no período.
Transmissão
A Energisa informou que entrou em operação o seu segundo empreendimento no segmento de transmissão de energia. O lote 26, da Energisa Pará I (EPA I), foi energizado no dia 2 de novembro, somando R$ 318 milhões em investimentos. O empreendimento inclui 296 quilômetros da linha de transmissão, uma nova subestação e a ampliação de outra já instalada.
Também no trimestre, as duas linhas da Energisa Tocantins Transmissora (ETT) receberam suas licenças para a instalação. Ao todo, o grupo possui quatro lotes de transmissão, arrematados em leilões realizados em 2017 e 2018. Juntos, possuem Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 194,9 milhões.
