A Eletrobras pretende vender suas participações minoritárias nas estatais Emae, de São Paulo, e na CEEE, do Rio Grande do Sul, disse Wilson Ferreira Junior, presidente da companhia, durante evento com investidores e analistas promovido pela Apimec.
“Temos uma experiência que não é a mais positiva possível como acionista minoritária. O nível de retorno dos investimentos é baixo, na maior parte das vezes abaixo do custo de capital”, disse Ferreira Junior.
A Eletrobras tem 32,23% das ações ordinárias (ON) da CEEE e 53,4% das preferenciais (PN), chegando a uma participação total de 32,59% da companhia. Na EMAE, a Eletrobras tem 64,81% das ações PN, totalizando 39,01% do capital social da empresa de energia.
O processo de privatização da CEEE está mais avançado, enquanto o governo de São Paulo tem manifestado recentemente a intenção de privatizar a Emae, última estatal de energia paulista.
Segundo Ferreira, a Eletrobras tem condições de alcançar seus objetivos participando de leilões ou transações “corporativamente”, com posição majoritária e consolidação dos resultados em seus balanços.
Enquanto a estatal considera vender essas participações minoritárias acompanhando seus controladores, a Eletrobras não tem decisão tomada a respeito das suas fatias em hidrelétricas, nem nos projetos estruturantes.
No passado, quando a Eletrobras colocou participações em 74 sociedades de propósito específico (SPEs) de geração e transmissão à venda, decidiu não incluir hidrelétricas por considerar que o problema do risco hidrológico iria afetar de forma significativa o preço dos ativos.
Mesmo com a nova repactuação do GSF, nos termos da Lei 14.052/2020, o problema futuro do GSF não está resolvido. “A solução para o futuro está relacionada a melhorias regulatórias que estão no Congresso, especialmente o tema da descotização, que vai fazer uma revisão total da garantia física das usinas em regime de cotas”, disse o executivo.