A companhia catarinense CH4 Energia negocia com fundos de investimentos e geradoras estrangeiras uma parceria para desenvolver um projeto termelétrico a gás natural de 1.200 megawatts (MW) de capacidade, no Porto de Suape (PE). O empreendimento, cujo investimento estimado é da ordem de US$ 4 bilhões, inclui ainda um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL), com capacidade de processamento de 21 milhões de metros cúbicos diários.
O objetivo, segundo Roberto Stadler, sócio e diretor executivo da CH4 Energia, é incluir a termelétrica nos próximos leilões de energia do país. O projeto pode competir tanto em um leilão de energia nova do tipo “A-6” (com início de suprimento seis anos à frente) ou em um certame específico para contratação de termelétricas existentes e novas, que estava previsto para este ano mas que foi cancelado devido aos efeitos da pandemia de covid-19.
Até o momento, o governo federal não divulgou informações sobre possíveis leilões de energia em 2021.
Segundo Stadler, o projeto da termelétrica, chamada “Ressurreição”, já possui todos os documentos necessários para participar dos leilões. O empreendimento possui licenças ambientais prévias e autorizações para a térmica, o terminal de regaseificação, gasodutos e linhas de transmissão. A empresa também tem as autorizações para a importação de GNL e a comercialização de gás natural no país.
“Se ganharmos o leilão, anteciparemos a construção do terminal”, disse o executivo à MegaWhat. “A comercialização do gás pode alcançar outro nível quando tivermos um terminal”.
A empresa também tem, em seu portfólio, um projeto termelétrico a gás no Rio de Janeiro. O local, no entanto, é mantido sob sigilo. Neste caso, porém, o empreendimento está em estágio menos avançado, em relação às emissões de licenças e autorizações.
Stadler também se diz otimista com relação ao projeto de lei do novo marco regulatório do gás natural, em discussão no Senado. “A Lei do Gás vai abrir o mercado”, completou.