Cerca de um ano depois de entrar em plena operação, a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, volta a gerar controvérsias devido aos seus impactos ambientais, aponta o Valor Econômico.
Isso porque o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai definir até o fim de fevereiro se determinará a redução na vazão do rio Xingu. Desde o início da operação da usina em 2015, até o fim de 2019, o projeto operou com uma disponibilidade de água menos restritiva, mas a partir de 2020 estava previsto o início de um período de seis anos de alteração entre diferentes vazões, definido pelo Ibama.
No entanto, análises feitas pelo instituto em 2019 verificaram aumento na intensidade dos impactos ambientais do empreendimento, referentes, por exemplo, às inundações periódicas de planícies próximas, além de alterações nas populações de peixes e nas condições de navegação do Xingu.
Com isso, o órgão ambiental solicitou estudos complementares ao consórcio Norte Energia, responsável pelo projeto, entregues em dezembro. O estudo desenvolvido pela consultoria Thymos aponta que uma eventual redução no volume de água disponível para Belo Monte pode impactar todo o sistema elétrico brasileiro.
A mudança na vazão poderia causar aumento de R$ 10 por megawatt hora (MWh) em janeiro no preço de liquidação das diferenças (PLD). O impacto pode subir para R$ 13 por MWh em fevereiro e R$ 28 por MWh em março, mesmo que a demanda por energia nesses meses apresente comportamentos típicos para a época. Caso, por outro lado, ocorra aumento no consumo de eletricidade nacional, a alta nos preços pode chegar a R$ 40 em março.
EDP Brasil passará por mudança no comando
A EDP Brasil passará em breve por uma troca no comando, como consequência do processo de reestruturação global de sua controladora portuguesa. O Valor Econômico apurou que o atual presidente da subsidiária brasileira, Miguel Setas, deixará o cargo para assumir novas funções junto à matriz, tornando-se o executivo “número 2” da companhia. No lugar de Setas, deverá entrar João Marques da Cruz, que é membro do conselho executivo da EDP desde 2012 e tem laços estreitos com os negócios do grupo na Ásia.
A movimentação integra as mudanças promovidas na holding após seus principais executivos terem sido afastados da gestão por ordem da Justiça portuguesa, em julho do ano passado.
Avança política de modernização do parque térmico a carvão no Brasil
O Jornal do Comércio, do Rio Grande do Sul, traz hoje (05/01) uma reportagem sobre a modernização do parque termelétrico a carvão no país, defendida pelos empreendedores do setor carbonífero como alternativa para manter a atividade mineradora no Brasil.
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou no final de dezembro três portarias que envolvem temas relacionados ao futuro do mineral, sendo uma delas, a 461, que estabeleceu que a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral e a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético apresentassem, no prazo de até 90 dias, o detalhamento do programa para uso sustentável do carvão mineral nacional.
Com essa iniciativa, o governo federal pretende encaminhar a contratação de novas plantas a carvão mineral, substituindo as usinas de energia existentes na Região Sul e que são alimentadas com esse combustível.
TBG fecha contrato de curto prazo com a Petrobras
O portal Paranoá Energia informa que a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) fechou os primeiros contratos de produtos de curto prazo com a Petrobras, visando a prestação de serviço de transporte em janeiro de 2021 para as saídas do duto em Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
As contratações, que somadas preveem o transporte diário de 495 mil metros cúbicos de gás natural, são na modalidade extraordinária, informou a companhia. A contratação desse tipo não exige chamada pública, ao contrário dos contratos firmes, e pode ser extinta ou reduzida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A reportagem explica que os produtos de curto prazo representam um modelo de negócio inédito no Brasil, que tem como objetivo atender as expectativas do mercado ao possibilitar que o transporte de gás natural seja realizado por meio de contratos diários, mensais ou trimestrais.
PANORAMA DA MÍDIA
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que ao menos 13 estados e o Distrito Federal têm planos de atrair capital privado para viabilizar investimentos no tratamento de água e esgoto e na gestão de resíduos sólidos, em projetos que podem somar R$ 60 bilhões, ainda distante dos R$ 700 bilhões estimados como necessários para universalizar esses serviços.
*****
Depois de um ano de preços e vendas em alta, o agronegócio brasileiro deve registrar novo recorde em 2021, informa o jornal O Globo. O setor deve exportar US$ 112,9 bilhões, segundo projeção da MB Agro. Caso a previsão se confirme, será a segunda vez na história que a atividade superará a marca dos US$ 100 bilhões em vendas ao exterior. A primeira foi em 2018, com um total exportado de US$ 101,7 bilhões.
*****
Marcado pela pandemia de covid-19, 2020 terminou com a percepção de que as grandes empresas saíram fortalecidas em relação às pequenas e médias. Já há números que comprovam essa tendência.
De acordo com reportagem do Valor Econômico, as grandes empresas tiveram acesso amplo ao mercado de capitais, num ano em que a oferta de ações bateu recorde e somou mais de R$ 100 bilhões. No segmento de dívida, dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) indicam que as grandes companhias levantaram R$ 134 bilhões em novas emissões de debêntures, notas promissórias e certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio. E ainda captaram mais R$ 110 bilhões no exterior.
*****
O principal destaque da edição desta terça-feira (05/01) da Folha de S. Paulo é o anúncio de que as clínicas privadas de vacinação estão negociando a compra de 5 milhões de doses de vacina indiana contra a covid-19. De acordo com a reportagem, o anúncio provocou polêmica no setor da saúde brasileiro.
Por um lado, há um entendimento de especialistas em saúde pública de que, por se tratar de vacina ainda pouco disponível no mundo, a oferta no setor privado pode criar uma disputa com o SUS, aumentando as desigualdades e atrasando a imunização dos grupos prioritários.
Por outro lado, as clínicas privadas argumentam que o objetivo não é competir, mas, sim, complementar a oferta prevista no SUS, atendendo, por exemplo, empresas que querem oferecer a vacina a empregados que não estão hoje nos grupos prioritários previstos pelo Plano Nacional de Imunização.