O risco de o governo decretar um racionamento de energia em 2021 é nulo, apesar das condições desfavoráveis de armazenamento dos reservatórios hidrelétricos e das afluências no início deste ano, de acordo com avaliação da consultoria PSR.
Em seu último “Energy Report” de dezembro, a empresa ressaltou que, mesmo com os valores realmente baixos de armazenamento nos reservatórios e de energia natural afluente (ENA), a situação estrutural do sistema é diferente dos anos anteriores, quando o balanço de oferta e demanda de energia estava mais apertado.
Segundo a PSR, a sobre oferta existente, ampliada pela crise da covid-19, que provocou uma redução no consumo de energia, e a nova oferta prevista para entrar em operação em 2021 fazem com que o risco de o governo decretar um racionamento este ano seja nulo, na avaliação atual.
De acordo com simulações feitas pela consultoria, podem ocorrer problemas para o atendimento aos requisitos de potência do sistema no verão se a ENA for menor que 67% da média de longo termo (MLT), em janeiro, ou 59%, em fevereiro, ou se ocorrer uma demanda de ponta superior a 93 gigawatts (GW), em janeiro, ou 94,5 GW, em fevereiro.
Mesmo assim, pontuou a PSR, a probabilidade destas ocorrências é muito baixa. A companhia, porém, destaca que o tema deve ser monitorado com atenção ao longo dos próximos meses.
Pelos cálculos da PSR, há uma oferta estruturante no sistema de 80,6 GW médios em 2021, contra uma demanda de 70,6 GW médios.
Na primeira reunião de 2021 do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada na última semana, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentou balanço entre oferta e demanda previsto no Plano Decenal da Expansão de Energia (PDE) 2030, em que indicou sobra estrutural da carga até 2025.