Em edição extra do Diário Oficial da União publicada na última terça-feira, 12 de janeiro, o Ministério de Minas e Energia (MME) prorrogou por 40 dias o prazo para o envio de contribuições para a consulta pública do Plano de Desenvolvimento Energético 2030 (PDE 2030).
Durante o segundo semestre de 2020, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pela elaboração do plano, antecipou o planejamento do próximo decênio divulgando cadernos por segmento. Nesses cadernos, o planejamento considerou cenários otimistas, de referência e pessimistas, a partir de revisões de carga e cronograma de implantação de empreendimentos, em decorrência da pandemia do covid-19.
O PDE 2030 destaca a tendência de eletrificação crescente para o horizonte decenal, com expectativa de que o consumo total de eletricidade cresça cerca de 44% a mais que a economia no período, influenciado tanto pela autoprodução clássica quanto pelo consumo na rede.
Considerando maio de 2020 como referência, o Sistema Interligado Nacional (SIN) contava com capacidade instalada de cerca de 171 GW, com a participação das diversas fontes de geração. Com os leilões realizados até abril de 2020 e a perspectiva de entrada de empreendimentos viabilizados pelo mercado livre de energia, o resultado é um acréscimo de aproximadamente 15.600 MW de capacidade instalada no horizonte decenal.
Para o segmento de transmissão, a previsão é de acréscimo de aproximadamente 40 mil quilômetros de novas linhas de transmissão até o ano de 2030, o que significa uma estimativa de mais de 200 mil quilômetros de linhas de transmissão em operação no final do horizonte do PDE.
Para essas novas instalações, são esperados investimentos de R$ 89,6 bilhões ao longo do decênio, sendo R$ 62,5 bilhões em linhas de transmissão e R$ 27,1 bilhões em subestações, incluindo as instalações de fronteira. Desse total, 30,4 bilhões são referentes a empreendimentos ainda sem outorga.
Investimentos
A indústria de energia brasileira demandará investimentos de R$ 2,3 trilhões nos próximos dez anos. Do total de investimentos previstos para o período, a maior parte (82,7%, ou cerca de R$ 1,9 trilhão) é estimada para o setor de petróleo e gás natural.
Na área de energia elétrica, estão previstos investimentos de R$ 328,6 bilhões. Desse montante, são estimados R$ 239 bilhões para geração (sendo R$ 70 bilhões para geração distribuída) e R$ 89,6 bilhões para transmissão.