A energia total distribuída pela EDP Brasil no quarto trimestre do ano subiu 1,9%, para 6.598 GWh. No mercado livre, houve aumento de 5,9%, para 3.032 GWh, enquanto no cativo houve retração de 1,3%, para 3.566 GWh.
Segundo o Credit Suisse, os resultados são positivos diante da retomada de consumo no mercado livre, mas ainda refletem os impactos da pandemia do covid-19.
Mesmo com o crescimento nos últimos meses do ano, em 2020, a energia total distribuída recuou 4,6%, para 24.421 GWh. Houve retração no mercado livre (-3,5%) e no regulado (-5,4%).
O consumo no segmento residencial subiu 7,6% no quarto trimestre, e a indústria também mostrou recuperação, com alta de 3,7%. O consumo comercial, contudo, se manteve no lado negativo, com baixa de 5,9%.
No ano, a indústria acumulou queda de 6,5% no consumo. O tombo no setor comercial foi de 10,8%. O consumo residencial em 2020 teve alta de 3,9%.
O desempenho da EDP São Paulo foi de alta de 2,5% na energia distribuída no quarto trimestre do ano, com alta de 6,5% no mercado livre e queda de 1,3% no cativo. Em 2020, a distribuidora teve retração de 3,4%, com queda de 1,6% no mercado livre e 5,1% no cativo.
A EDP Espírito Santo teve um resultado ligeiramente pior, com alta de 1% no consumo no quarto trimestre do ano, sendo aumento de 4,7% no mercado livre e queda de 1,3% no regulado. Em 2020, a energia total distribuída pela concessionária caiu 6,3%, com baixa de 7% no mercado livre e de 5,8% no cativo.
Segundo a companhia, o consumo de energia no quarto trimestre refletiu a recuperação da atividade econômica em relação aos trimestres anteriores, como a retomada gradual do comércio e da indústria.
O volume de energia gerada no trimestre foi de 3.694 GWh, queda de 34,5% na comparação anual, refletindo a retração de 53,8% de energia hídrica vendida no período. Segundo a companhia, isso se deu pela sazonalização dos contratos de venda de energia e por contratos bilaterais das geradoras Energest, Enerpeixe e Lajeado.
Em relatório, o Credit Suisse espera pressão vindo dos custos dessa alocação hídrica, já que o GSF estava em 68,3% no período e o PLD ficou, em média, em R$ 352,35/MWh, “um cenário pouco inspirador e que deve reduzir as margens”. A companhia ficou com uma exposição de 648,3 GWh no período.
“Nós acreditamos que os resultados da EDP Brasil devem ser pouco inspiradores, principalmente devido à performance fraca do segmento de geração, com vendas menores e déficit hídrico, apesar da recuperação do volume na distribuidora”, escreveram os analistas Carolina Carneiro, Rafael Nagano e João Rodrigues, do Credit Suisse.
Ainda assim, eles avaliam que a companhia pode compensar parcialmente esses problemas com melhora na performance de custos e por causa da contabilização das receitas de construção no segmento de transmissão.