Com a recente desvalorização do real frente ao dólar, a defasagem do preço da gasolina comercializada pela Petrobras nas refinarias em relação ao mercado internacional, é de, pelo menos, 9%, segundo analistas e agentes do setor.
“Pressionado pela alta desvalorização do real nos últimos dias, informamos que nosso modelo mais assertivo sugere espaço para alta de 9% no curto prazo”, afirmou Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, em nota.
A estimativa da casa de análise está em linha com os números calculados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). De acordo com a entidade, considerando o fechamento do mercado desta quinta-feira, 21 de janeiro, a defasagem no preço da gasolina está em cerca de 9,5%.
Com relação ao preço do diesel, o desconto em relação ao mercado internacional está em 16%, segundo o presidente da Abicom, Sérgio Araujo. “Estamos falando em mais de R$ 0,30 por litro [de diferença]”.
“Há muitos indícios de que o governo está segurando o preço [dos combustíveis]. E vemos todos os esforços para se evitar uma greve dos caminhoneiros”, disse Araujo à MegaWhat, nesta sexta-feira, 22 de janeiro.
Segundo ele, até o momento, a entidade ainda não recebeu nenhum retorno do Cade e da ANP. Com relação ao MME, a pasta fez contato com a associação e foi realizada uma reunião para debater o assunto.
Na última terça-feira, 19 de janeiro, a Petrobras aplicou um aumento médio de cerca de 8% para o preço da gasolina vendida nas refinarias. Não houve mudanças no preço do óleo diesel.
A estatal reforçou, na ocasião, que mantém a política de preços dos combustíveis que tem como referência os preços de paridade de importação.