Com o pedido de demissão do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior., a avaliação de analistas é que a privatização da estatal saiu de cena. Os papéis da companhia registraram ontem (26/01) a maior queda do Ibovespa, índice de referência dos investidores, com recuo de 9,69% nas ações ordinárias (com voto) e 6,8% nas preferenciais (sem direito a voto).
Diante da reação do mercado, que permaneceu fechado na segunda-feira em razão do feriado em São Paulo, o valor da companhia na Bolsa encolheu em R$ 4,36 bilhões em um único pregão, de acordo com dados da Economática. A estatal é avaliada agora em R$ 43,183 bilhões. As informações são do jornal O Globo.
Light prioriza corte de dívidas e ‘gatos’
O Valor Econômico informa que a Light concluiu, esta semana, um aumento de capital de R$ 1,34 bilhão, por meio de uma oferta de ações realizada na semana passada. Há cerca de dois meses no comando da empresa, Raimundo Nonato de Castro, traça as prioridades da gestão para o futuro da concessionária – que reforçou o caixa e passa por mudanças acionárias importantes, em meio à saída da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) do capital da companhia.
O executivo promete intensificar a desalavancagem financeira e, ao mesmo tempo, buscar uma saída para um problema antigo da concessão: as perdas por furto de energia (os chamados “gatos”).
Em entrevista ao Valor, o executivo afirma que a companhia precisa responder aos investidores “com atitude”, no combate às fraudes. “A distância entre a perda reconhecida na tarifa e a perda da vida real (na área da Light) é da ordem de R$ 600 milhões/ano, que acaba sendo absorvido pelos acionistas”, afirma Nonato.
Projetos se multiplicam e biogás avança no Brasil
A desindustrialização que marcou a economia brasileira no ano passado passou ao largo do biogás, informa o Valor Econômico. Em 2020, 69 novas plantas de produção do gás renovável, de diferentes tamanhos, foram concluídas no país, segundo a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás).
Nos últimos dois anos, os investimentos em novas plantas foram de mais de R$ 700 milhões. Só no ano passado, esses projetos injetaram no sistema 50 megatwatts (MW), o equivalente a 100 milhões de metros cúbicos de biometano por ano. A maioria das novas unidades foi erguida por empresas e cooperativas agropecuárias interessadas em reaproveitar resíduos, sobretudo da criação de animais, para diversificar a produção e aumentar a renda.
Porém, o setor com maior espaço de expansão da capacidade é o sucroalcooleiro, avalia a associação, que prevê potencial de produção de até 57,6 milhões de metros cúbicos por dia, dada a capacidade atual do setor.
Energia: mercado livre fechou 2020 em expansão
Apesar da redução drástica no consumo de energia a partir das medidas de distanciamento social, por causa da pandemia de covid-19, incluindo a suspensão de diversas atividades econômicas país afora, o mercado livre de energia se ajustou e encerrou o ano com crescimento.
Diante do cenário, especialistas consultados pelo Diário do Comércio, de Minas Gerais, avaliam o exercício anterior como positivo e projetam um 2021 ainda marcado por impactos, negociações e até racionamento de energia.
Dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) dão conta de que, apenas em dezembro, o mercado correspondia a 32% do total consumido no país, com um volume de 97.855 MWmed de energia transacionada. Também no último mês de 2020, eram 8.378 consumidores no mercado livre – aumento de 22% sobre dezembro de 2019 – e 85% do consumo industrial do país estava no segmento, segundo a Abraceel.
PANORAMA DA MÍDIA
Diante das dificuldades do governo federal em abastecer o estoque de vacinas contra a covid-19, 15 estados tentam firmar contratos com laboratórios por fora do Plano Nacional de Imunização (PNI), informa o jornal O Globo. A busca abrange produtos cuja comercialização ainda não foi aprovada no país, como a Sputnik V, de laboratório russo, cobiçada por pelo menos quatro governadores.
Já o presidente Jair Bolsonaro, que durante meses rechaçou o combate do coronavírus por vacinas, agora defende que elas sejam incluídas no SUS e angariadas pela iniciativa privada, onde serviriam como um bote salva-vidas contra a crise econômica provocada pela pandemia.
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O Valor Econômico informa que o setor privado brasileiro fechou contrato de pré-venda para ter acesso direto a vacinas contra o coronavírus. A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas e a importadora Precisa Medicamentos concluíram negociações para a compra de 5 milhões de doses da Covaxin, produzida pela indiana Bharat Biontech, e está em entendimentos com clínicas particulares para repassar o imunizante.
A expectativa é que a vacina, na fase três dos testes na Índia, esteja disponível no mercado a partir de abril, depois da aprovação de registro definitivo na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Conforme documento ao qual o Valor teve acesso, as clínicas poderão adquirir de 2 mil a 400 mil doses.
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A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou ontem (26/01) os três primeiros casos de covid-19 causados pela nova variante brasileira do coronavírus, originária do Amazonas e que vem sendo apontada como uma das razões para a explosão de casos da doença em Manaus desde dezembro.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que uma análise preliminar feita por pesquisadores brasileiros e britânicos, divulgada anteontem, mostra que a cepa, chamada de P.i, pode ter-se tornado predominante na capital amazonense.
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O principal destaque da edição desta quarta-feira (27/01) da Folha de S. Paulo são os bastidores das eleições para a presidência da Câmara dos Deputados. De acordo com a reportagem, o racha no DEM, partido do presidente da Casa, Rodrigo Maia (RJ), expôs uma crise na candidatura do seu apadrinhado, Baleia Rossi (MDB-SP).
Enquanto isso, seu principal rival, o líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, amplia sua base de apoio com dissidências. Ainda de acordo com a reportagem, em uma reunião fechada realizada ontem, Maia manifestou insatisfação com o presidente nacional do DEM, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, reflexo da dificuldade interna da legenda de se unir em tomo de Baleia. A eleição para a renovação do comando da Câmara ocorrerá na próxima segunda-feira, 1º de fevereiro.