O consumo de energia no Brasil fechou o ano de 2020 com alta de 10,3%, impulsionado pela flexibilização das medidas de restrição da pandemia iniciada no último trimestre do ano, conforme aponta o Índice Comerc.
Após o primeiro trimestre, em consequência do início das medidas de isolamento o consumo geral dos 11 principais setores da economia recuou 18,12% e 16,96% em abril e maio, respectivamente, na comparação com os mesmos meses do ano anterior.
Essas foram as maiores quedas registradas desde 2015, quando o Índice Comerc começou a monitorar o desempenho do mercado livre de energia. A recuperação do consumo passou a dar os primeiros sinais em setembro, seguindo em alta gradativa até dezembro.
No caso dos segmentos de Papel & Celulose, Alimentos, Embalagens e Química, houve quedas pontuais ou oscilação dentro da média histórica ao longo de 2020. De acordo com Marcelo Ávila, vice-presidente da Comerc Energia, os menores impactos podem estar relacionados não apenas a questões econômicas, mas também a mudanças de comportamento de consumo.
“A alta procura por papéis para fins sanitários e embalagens elevou a demanda por celulose em todo o mundo, ajudando o setor a ir na contramão da crise”. O mesmo se aplica ao setor de Embalagens, visto a aumento da demanda do comércio online.
Por outro lado, essa mudança de comportamento pode impactar de forma ainda mais significativa em setores como Veículos & Autopeças e Têxtil, Couro & Vestuário. Com a adoção do trabalho remoto por parte de muitas empresas, além dos desdobramentos da crise econômica, a demanda por roupas e calçados e as formas de deslocamento também devem mudar.
Segundo dados da FecomercioSP, o segmento de vestuário, tecidos e calçados foi o mais afetado pela pandemia, com projeção de encerrar o ano com queda de 25% no faturamento.