A Petrobras aguarda condições favoráveis de mercado para vender sua participação remanescente de 37,5% na BR Distribuidora, afirmou nesta quinta-feira, 28 de janeiro, o presidente da companhia, Roberto Castello Branco. Segundo ele, o plano era se desfazer dessa fatia no ano passado, mas a forte queda das ações em 2020, devido à pandemia, inviabilizou a operação.
“No momento em que nós acharmos que as condições de mercado são favoráveis, nós estamos com o dedo no gatilho para vender nossa posição. Não queremos ficar como acionistas da BR, e sim termos ela como cliente”, disse o executivo, em evento online realizado pelo Credit Suisse.
Castello Branco elogiou a escolha feita pelo conselho de administração da BR Distribuidora, que convidou o atual presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, para presidir a distribuidora de combustíveis.
“[Wilson Ferreira] é um profissional conhecido. Tem um ‘track record’ [histórico] muito bom em grandes empresas. E o mercado também concorda comigo, dado a reação dos preços [das ações] da BR”, comentou.
Sobre a venda da participação de 36,1% na Braskem, Castello Branco disse que ainda encontra obstáculos por parte do outro sócio na companhia, a Novonor (antiga Odebrecht), que detém 50,1% das ações ordinárias e 38,3% do capital total da petroquímica. A proposta da Petrobras é listar as ações da Braskem no novo mercado da B3 e vende-las por meio do mercado.
“Temos tido muitas discussões. Lamentavelmente o processo não tem andado. Eu contava de ter resolvido essa situação até o fim de 2020, porque houve mudanças na Braskem. Mudança de presidente e mudança na presidência da Odebrecht. Mas continua a mesma coisa só de forma diferente. Temos tido dificuldades”, completou ele.