O Valor Econômico traz hoje (08/02) uma reportagem sobre a crescente preocupação do setor elétrico com segurança cibernética, frente aos recentes ataques de hackers.
As ofensivas dispararam com a pandemia e já fizeram como vítimas grandes elétricas, a exemplo de EDP, Enel, Energisa e Light. Somente na semana passada, mais duas foram alvo de ciberataques: a estatal paranaense Copel e a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras.
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que o sinal de alerta entre as empresas e órgãos do setor já soou há algum tempo – tanto que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elencou como prioritária a discussão sobre o tema em sua agenda regulatória de 2021-2022.
A Aneel deve abrir consulta pública sobre o tema neste ano O grande temor é que algum ataque venha a comprometer a operação de infraestruturas críticas, como linhas de transmissão e de distribuição de energia, o que causaria grandes estragos sociais e econômicos.
No geral, os hackers costumam ter duas grandes motivações. Uma é o ganho financeiro através de pedidos de resgate, em criptomoedas, por sequestro de bancos de dados e sistemas, por exemplo. A outra, mais preocupante, é a espionagem: com ferramentas e processos mais sofisticados, eles buscam acessar informações privilegiadas de segurança nacional.
Marta Schuh, superintendente de riscos cibernéticos da consultoria de riscos e corretora Marsh Brasil, informa que a procura das empresas por consultoria sobre o assunto explodiu no último ano. A preocupação vem não só das grandes elétricas, mas também de empresas de menor porte, e é justificada: o World Energy Council estima que existem 155 grupos de hackers que têm como foco as elétricas.
Petrobras ajusta política de preço e preocupa investidor
Suspeitas de ingerência na política de preços dos combustíveis acenderam novo sinal de alerta em investidores e podem pressionar as ações da Petrobras nos próximos dias, destaca reportagem publicada hoje (08/02) pela Folha de S. Paulo.
Na sexta-feira (05/02), apesar da alta do petróleo, os papéis da estatal experimentaram grande volatilidade na Bolsa de São Paulo, como reação a informações desencontradas sobre o tema.
As dúvidas sobre a liberdade da empresa para definir os preços dos combustíveis recomeçaram após declarações do presidente Jair Bolsonaro na quinta (04/02), de que discutiria os preços com o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, sobre o tema. Naquele dia, as ações preferenciais caíram 2,34%.
3R Petroleum mira mais aquisições e cogita nova oferta de ações
Primeira petroleira a abrir capital na bolsa brasileira desde 2011, a 3R Petroleum levantou R$ 690 milhões na estreia na B3, em 2020, e já tem planos para uma nova oferta (follow-on).
Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da companhia, Ricardo Savini, disse que vender fatia adicional das ações da empresa será um caminho natural para sustentar o crescimento da 3R – que fez seis aquisições de campos maduros e que segue atrás de novos negócios.
A petroleira é, hoje, a mais ativa nos desinvestimentos de campos maduros da Petrobras. Na semana passada, a empresa assinou contrato de US$ 55 milhões (em parceria com a DBO) para compra do polo de gás natural de Peroá/Cangoá (ES), em águas rasas. Ao todo, são seis acordos assinados com a estatal, no valor total de US$ 627 milhões – cinco deles ainda pendentes de fechamento.
Celg GT deve ser privatizada no 1º semestre
O jornal O Popular (GO) informa que a Celg Geração e Transmissão (Celg GT) está em primeiro lugar no cronograma de privatizações previstas pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).
Desde 2019, já é possível realizar a oferta da companhia e de mais três ativos, bem como a oferta pública inicial (IPO) de ações da Saneago, pois já foram aprovadas pela Assembleia Legislativa.
Controlada pelo governo estadual, a Celg Participações convocou assembleia de acionistas para a próxima quinta-feira (11/02), quando será discutida a venda da totalidade das ações da Celg GT, que possui ativos de geração, como as hidrelétricas de Rochedo e São Domingos, e transmissão de energia – tem participação em quatro empresas. A companhia está avaliada em R$ 1,5 bilhão.
PANORAMA DA MÍDIA
Sem o auxílio emergencial e com a vacinação em ritmo lento, o consumo no início de 2021 decepciona, informa o Valor Econômico. O desempenho é fraco no varejo, em áreas como eletrônicos e moda, embora haja números melhores nos supermercados e no chamado atacarejo.
Consultorias e associações esperam retomada mais forte no segundo trimestre, mas só se houver avanço na imunização e a criação de um mecanismo de recomposição de renda. Segundo a empresa de pesquisas GfK, o volume vendido de bens duráveis em janeiro caiu 5% em relação ao mesmo mês de 2020, mas o valor subiu 28%, por causa da alta de preços de 35%.
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Reportagem da Folha de S. Paulo informa que o Brasil tem aumentado a vigilância para novas variantes do coronavírus, mas a estrutura ainda está longe da ideal e sofre com falta de financiamento, recursos humanos e dificuldade de obter insumos.
Para especialistas ouvidos pelo jornal, o fato de ter havido identificação da variante que circula no Amazonas, a P.i., em vários países antes de em estados brasileiros evidencia essas dificuldades. A variante foi identificada pela primeira vez em amostras de turistas do estado que visitavam o Japão e só depois confirmada no Brasil.
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Um processo em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito das regras do auxílio-doença pode resultar em um impacto de R$ 86,9 bilhões em 30 anos para o INSS e anular uma parcela da economia prevista com a reforma da Previdência, informa o jornal O Globo.
Está em julgamento pela Corte a tese de que trabalhadores possam contar o tempo no qual receberam o auxílio para fins de carência no pedido de outros benefícios, como aposentadoria. Na prática, a medida pressiona o déficit da Previdência porque permite ao trabalhador contabilizar o período de afastamento como tempo de contribuição efetiva.
De acordo com cálculos da Secretaria de Previdência, o aumento da despesa seria de R$ 19,9 bilhões em dez anos e de R$ 48,8 bilhões em 20 anos, chegando a R$ 86,9 bilhões em 30 anos.