Após a aquisição da CEB Distribuição (CEB D), por R$ 2,5 bilhões, em leilão realizado no fim de 2020, o grupo Neoenergia não pretende participar de novos processos competitivos do tipo neste ano, segundo o diretor-presidente da companhia, Mario Ruiz-Tagle. Para o executivo, o ano de 2021 será de “entrega” e de investimentos para aumentar a rentabilidade dos ativos da empresa.
“O ano de 2021, para a Neoenergia, será um ano de entrega. No final de 2020, fizemos um esforço de investimento importante, tanto em transmissão quanto em energia eólica e fotovoltaica, como em distribuição, através da aquisição da CEB”, disse o executivo, em teleconferência sobre o resultado do grupo em 2020.
“Nosso foco é preservar e melhorar a rentabilidade dos nossos ativos. Em consequência, não prevemos participar na [licitação] da CEEE e em outras que possam vir à venda durante o ano de 2021”, completou ele, quando questionado sobre o interesse da companhia em participar do leilão da distribuidora CEEE-D, do Rio Grande do Sul, marcado para 31 de março.
Ruiz-Tagle acrescentou que a CEB D é um ativo “premium” entre as oportunidades de aquisição de distribuidoras disponíveis no mercado brasileiro. “Temos certeza de que, com os investimentos em recuperação da rede, aceleraremos a captura das oportunidades para agregar valor”, explicou.
A companhia espera iniciar o processo de “turnaround” (recuperação) da CEB D a partir do próximo mês, quando o grupo assumirá o controle da distribuidora do Distrito Federal.
Com relação a este ano, o executivo demonstrou otimismo. “[O ano de] 2020 ficará marcado na memória de todos nós. E estamos com muita confiança na retomada econômica, com a chegada das vacinas”.
No ano passado, além da aquisição da CEB D, a Neoenergia investiu R$ 2 bilhões na aquisição de um lote no leilão de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizado em dezembro.
Ao longo de 2020, a empresa também investiu o equivalente a R$ 3,3 bilhões no segmento de distribuição, que envolve a expansão e aprimoramento de rede, renovação de ativos e ações de combate a perdas. Em transmissão, o valor investido foi de R$ 1,9 bilhão para projetos em implantação.
Na área de fontes renováveis, a companhia investiu R$ 59 milhões em geração hídrica e R$ 840 milhões em eólica, com destaque para o prosseguimento das obras do complexo eólico de Chafariz, na Paraíba, e o início da mobilização de obra no complexo de Oitis, na Bahia e Piauí.